11 dezembro, 2014

Doenças Caninas

Trabalho sobre doenças caninas

Adenovirose; Cinomose; Coronavirose; Hepatite Infecciosa Canina; Leptospirose Canina; Parainfluenza Canina e Parvovirose.

Instrutor
Celso

Mariana Nascimento Silva
Sala 31VT      Noite
Tec. Veterinária

Instituto Polígono de ensino

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INTRODUÇÃO


Pesquisa sobre as principais doenças que acometem os cães em sua fase de vida mais fraca imunologicamente, quando filhote, doente ou idoso; o texto contém (de cada doença) suas etiologias, epidemiologias, sinais clínicos e profilaxia. Para fim de aprendizado profissional e pessoal, pois são doenças perigosas e fáceis de aparecer no dia-a-dia se não forem tomados os cuidados necessários.
As doenças são a Adenovirose, Cinomose, Coronavirose, Hepatite Infecciosa Canina, Leptospirose Canina, Parainfluenza Canina e Parvovirose.

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ADENOVIROSE

1. ETIOLOGIA:
É uma doença viral, causada pelo adenovírus canino tipo II, que causa a infecção das vias respiratórias, assim como o vírus da parainfluenza e também é uma das causa da “tosse dos canis”.

2. EPIDEMIOLOGIA:
Os animais se contaminam através do contato com cães doentes ou através do ambiente contaminado com secreções. A infecção geralmente é branda, mas pode facilitar que outros microorganismos se instalem no trato respiratório do animal.
Surtos de adenovírus associado doença respiratória ter sido mais comum no final do inverno, primavera e início do verão, no entanto, infecções por adenovírus podem ocorrer ao longo do ano.

3. SINAIS CLINICOS:

3.1 FORMA SUAVE:
É a mais comum, no início agudo a tosse é curta e repetida com som seco, devido à tranqueobronquite, sendo maior a produção de muco aos poucos durante a infecção. A tosse é acompanhada de engasgos ou movimentos de esforço de vômitos podendo ser alta e mais frequente durante um exercício, excitação ou  alterações na temperatura e umidade do ar.
Às vezes é observado uma descarga nasocular. Os sinais clínicos duram de 7 a 14 dias. 
3.2 FORMA SEVERA:
Broncopneumonia bacteriana, tosse produtiva (catarro), anorexia, depressão, febre, descarga nasocular (rinite, conjuntivite). Os sintomas da forma severa são difíceis de diferenciar dos sintomas da cinomose.

4. PROFILAXIA:
A profilaxia dá-se por vacinas polivalentes (V8) para filhotes, 3 doses a cada 30 dias, + reforços anuais, essas vacinas incorporam o adenovírus, vírus da parainfluenza, entre outras. Também é indicada a vacina contra bordetella. Isolar cães infectados (que tossem), fazer a higienização do fomitos e a higienização adequada do local.

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CINOMOSE

1. ETIOLOGIA:
O vírus da cinomose é um morbilivírus da família paramyxoviridae. Esse vírus se destaca na Medicina Veterinária por determinar altas taxas de mortalidade e letalidade.

2. EPIDEMIOLOGIA:
A cinomose tem distribuição mundial e endêmica, sendo que não apresenta predileção sazonal por raça ou sexo, mas a maior incidência acontece em animais entre os 60 e 90 dias de idade quando não estão vacinados e expostos após a perda da imunidade materna, podendo afetar cães até dois anos de idade.

3. SINAIS CLINICOS:
A Cinomose é uma infecção viral aguda caracterizada por febre bifásica, secreções nasais e oculares (conjuntivite e ceroconjuntivite), febre de 39,5 a 41ºC, pneumonia, indisposição, anorexia, depressão, vômito, diarréia, desidratação, leucopenia, dificuldades respiratórias, hiperceratose do focinho e dos coxins plantares, mioclonia, convulsão e sintomatologia neurológica.
Tanto os animais tratados quanto os não tratados podem desenvolver sintomatologia nervosa, mas esta é mais comum nos animais não tratados. Essa fase nervosa da doença pode ser caracterizada por espasmos musculares (mioclonia) e comportamento fora do normal, o cão pode se tornar agressivo e não reconhecer o dono. Com o degeneramento avançado da baínha de mielina, o cão pode apresentar paralisia devido à fragmentação dos neurônios. Embora hoje em dia muitos veterinários recomendem a eutanásia de um animal com paralisia pela cinomose, a acupuntura tem sido um tratamento alternativo bastante utilizado, inclusive mostrando alguns casos de sucesso*.
Como a maioria dos cães infectados ficam com as pupilas dilatadas, ao notar isso é aconselhável manter o cão em local com pouca luz, isso evitará a queima da retina evitando a cegueira.

*carece de fontes.

4. PROFILAXIA:
A única forma de combater a cinomose é a vacinação em animais 100% saudáveis.
As vacinas contra cinomose disponíveis no mercado podem ser compostas pelo vírus atenuado, conhecidas como V8 ou V10, utilizadas há muito tempo. Existem também as vacinas recombinantes, mais modernas.     
  
4.1 ESQUEMA DE VACINAÇÃO:
Vacinar os filhotes com 6 semanas (Recombitek C4/CV; Pneumodog), 9 semanas (Recombitek C6/CV; Pneumodog), 12 semanas (Recombitek C6/CV), 16 semanas (Recombitek C4/CV*; Rabisin-i // *4ª dose opcional) + reforço anual.
Para cães com mais de 4 meses vacinar duas vezes com intervalos de 2 a 4 semanas + reforço anual.

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CORONAVIROSE

1. ETIOLOGIA:
A enterite coronoviral canina é uma doença contagiosa aguda dos cães causado por um vírus epiteliotrópico. O agente etiológico é o coronavirus canino.

2. EPIDEMIOLOGIA:
Coronavirose, juntamente com a Parvovirose, são, entre as doenças virais, as causadoras das mais sérias infecções intestinais em cães. Porém, o vírus Corona não infecta apenas cães, como também bovinos, gatos e outros animais.

3. SINAIS CLINICOS:
O período de incubação está em torno de 1 a 3 dias, ou seja, extremamente curto quando comparado aos de outras doenças virais.
A intensidade dos sintomas é variável. Entre os possíveis sintomas são observados diarréia, vômitos, perda do apetite, letargia, febre, fezes alaranjada sem odor fétido.

4. PROFILAXIA:
Vacinação (normalmente V10): 1º dose com 6 semanas de vida, 2ª dose com 9 semanas de vida e 3ª dose com 12 semanas de vida + reforço anual em dose única.

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HEPATITE INFECCIOSA CANINA

1. ETIOLOGIA:
A hepatite infecciosa canina (HIC) é uma infecção viral causada pelo adenovírus canino do tipo1 (CAV-1).

2. EPIDEMIOLOGIA:
A hepatite infecciosa canina ou doença de Hubarth trata-se de uma infecção acometendo os animais suscetíveis, como raposas e cães filhotes e idosos.
Esta doença está associada a uma necrose controlobular do fígado, Peri-hepatite infecciosa, perturbações cardiovasculares, ascite, etc.
Foi primeiramente assinalada em raposas e posteriormente em cães.
Somente em 1947, como resultado das investigações de Rubarth na Suécia, foi que apareceu a hipótese de se considerar a  encefalite enzoótica das raposas e a hepatite infecciosa dos cães como doenças idênticas (HIPÒLITO & FREITAS, 1964).

3. SINAIS CLINICOS:

3.1 INFECÇÃO AGUDA:
Período de incubação de 5 a 7 dias caracteriza-se por febre de 39,5 a 41ºC; vômito, diarréia, dor abdominal, tonsilite, faringite, linfadenopatia cervical e edema cervical, petéquias, epistaxe e melena. Podem ocorrer sinais no sistema nervoso central, desorientação, depressão, estupor, coma e ataques convulsivos, como resultado de encefalopatia hepática, de hipoglicemia ou de encefalite não superativa. 
3.2 INFECÇÃO OCULAR:
Os sintomas oculares incluem edema corneano (nublação corneana "olho azul da hepatite" e uveíte).
3.3 INFECÇÃO SUPERAGUDA:
Os cães morrem dentro de horas. 

4. PROFILAXIA:
Existem no mercado de produtos veterinários, várias vacinas com indicação preventiva contra HIC, sendo particularmente eficientes aquelas fabricadas pela Bayer alemã, como a chamada Candur S-H-L (tríplice: Cinomose, Hepatite e Leptospirose), que é dificilmente encontrada no mercado.
O esquema de vacinação é o mesmo que o da cinomose, leptospirose e outras: Vacinar o animal com 6 semanas de vida (1ª dose) com intervalos de 25 a 30 dias, aplicando a 2ª e a 3ª dose. Após, o reforço é anual em dose única.

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LEPTOSPIROSE

1. ETIOLOGIA:
O agente etiológico da leptospirose é  do gênero Leptospira, da família Treponemataceae e da ordem dos Spirochaetales, onde estão reunidos os microrganismos com morfologia  filamentosa, espiralados, visualizados apenas pela microscopia de campo escuro e de contraste de fase. Nesse gênero aceita-se atualmente a existência de duas espécies: L.interrogans e L.biflexa. São gran negativas apresentando mais de 212 sorovares (sv), agrupados em 23 sorogrupos.

2. EPIDEMIOLOGIA:
A leptospirose é uma importante antropozoonose de distribuição cosmopolita é considerada, atualmente, uma infecção emergente. Roedores, pequenos carnívoros e animais domésticos são reservatórios conhecidos dessa enfermidade. O cão, por ter um contato direto com o homem, representa um  elo de transmissão entre o ser humano e o rato  – portador sadio universal  – principalmente em países tropicais.  Áreas urbanas periféricas cujas condições  sanitárias e de infraestrutura são precárias constituem-se em zonas de risco  de contaminação de animais e do homem.

3. SINAIS CLINICOS:
O sintoma mais evidente é a icterícia seguido de febre, mialgia, prostração, anorexia, desidratação, choque hipovolêmico, edema, periférico, vômito, diarréia, sangramento, dor abdominal ou lombar, nefromegalia, e com a evolução do processo, o cão pode apresentar anúria, oligúria ou poliúria/polidipsia, indicando diferentes graus de comprometimento renal Em geral o animal morre por insuficiência renal e uremia.
Sintomas gastroentéricos, mais frequentes na forma anictérica causada pelo sorovar canicola, também podem ser observados. Nem todos os animais apresentam a forma ictérica e nesse caso, torna-se impossível diferenciar a doença daquela causada pelo sorovar canicola ou outros menos patogênicos.
A infecção pode também ser assintomática, havendo, no entanto, a eliminação das  leptospiras na urina, por um período variável de tempo.

4. PROFILAXIA:
As vacinas comercialmente disponíveis  para leptospirose (V8 ou V10) contém bacterinas específicas dos sorovares  icterohaemorrhagiaecanicola. A vacinação em cães induz um título de IgG que diminui em aproximadamente 3 meses . A vacinação frequente é recomendada nas áreas onde estes sorovares são enzoóticos. São 3 doses intercaladas de 30 dias (6º, 9º e 12º semana de vida)

A prevenção da leptospirose canina não se baseia exclusivamente na imunoprofilaxia.
As medidas sanitárias gerais, como o controle dos roedores, limpeza do ambiente, com a remoção dos resíduos sólidos e líquidos, a restrição de acesso ao ambiente externo ao domicílio, principalmente nos períodos de maior precipitação pluviométrica, em que ocorrem enchentes e formação de coleções líquidas residuais nas quais as leptospiras permanecem viáveis por um período maior de tempo, são medidas importantes para reduzir as chances de contaminação dos animais.

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PARAINFLUENZA CANINA

1. ETIOLOGIA:
A Parainfluenza é uma virose que recebe seu nome do vírus que é o responsável por ela, o vírus Parainfluenza canino.

2. EPIDEMIOLOGIA:
Altamente contagiosa, tem maior incidência no inverno (devido às baixas temperaturas) e é similar à gripe. A contaminação ocorre pelo contato direto com animais infectados. Geralmente suave ou subclínica, pode tornar-se severa se ocorrer infecção simultânea com outros patógenos respiratórios.

3. SINAIS CLINICOS:
Os animais mais susceptíveis são os filhotes recém desmamados, os adultos debilitados por outras doenças ou submetidos a stress, confinamentos em clinicas, hotéis, caixas em exposições, alimentações inadequadas e animais idosos.
A doença é altamente transmissível pelos espirros e tosses e os animais apresentam os primeiros sintomas entre 3 a 10 dias após a infecção, sendo eles, tosse seca sem catarro, febre, falta de apetite, secreções no nariz e nos olhos, rinite e apatia, podendo persistir com os sintomas durante 3 a 4 semanas. Se não tratada, pode resultar em broncopneumonia grave.

4. PROFILAXIA:
Vacina-se com V8 ou V10.

Primeira vacinação:  Cães com 6 semanas de idade ou mais velhos devem receber doses com 3 semanas de intervalo entre cada administração. Recomenda-se revacinação anual, com dose única.

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PARVOVIROSE

1. ETIOLOGIA:
A parvovirose é o termo utilizado para designar a doença infectocontagiosa, cujo agente etiológico é um vírus pertencente à família Parvoviridae. O parvovírus canino é um DNA-vírus pequeno (18 a 26nm), sem envelope lipoproteico e capsíde de simetria icosaédrica, composta por 60 capsômeros. A partícula infecciosa é bastante resistente, sendo estável na presença de pH entre 3,0 e 9,0, a sua inativação ocorre a temperaturas superiores a 56o C durante 60 minutos, podendo sobreviver no meio ambiente durante meses e anos.

2. EPIDEMIOLOGIA:
O vírus é transmitido pela eliminação fecal e a porta de entrada é a via oral. Porém, a infecção experimental pode ser produzida por várias vias, incluindo oral, nasal ou oronasal. Postula-se que insetos e roedores possam ser vetores do vírus de um local para outro. Acredita-se que a disseminação da doença se dá muito mais pela persistência do vírus no meio ambiente do que pelos portadores assintomáticos. A eliminação ativa do vírus nas fezes parece estar limitada nas primeiras duas semanas pós-inoculação (PI). Entretanto, existem evidências que alguns cães podem eliminar o vírus periodicamente por mais de um ano.
Há uma notável variação na resposta clínica dos cães à infecção por parvovírus canino, oscilando entre infecções inaparentes à doença aguda fatal menos frequente. Fatores preponderantes à doença grave são: Idade; Fatores genéticos (como diferenças raciais em suscetibilidade); Estresse; Infecções simultâneas com parasitas ou bactérias intestinais.

3. SINAIS CLINICOS:
A doença manifesta-se de duas formas, entérica e miocárdica, mas os sinais clínicos mais comuns são anorexia, depressão, vômitos, rápida desidratação, diarreia sanguinolenta, líquida e fétida.
3.1 FORMA ENTÉRICA:
Os sinais clínicos aparecem geralmente dois a quatro dias após a infecção normalmente apresenta-se como um episódio gastroentérico severo, altamente contagioso e por vezes hemorrágico; vômitos, diarreia severas, desidratação e podem morrer de 24 a 48 horas depois do aparecimento dos sintomas.
No estado inicial ocorre uma virémia profunda antes do aparecimento da gastroenterite, e temperatura bastante elevada. É durante a fase virémica que uma leucopenia profunda, especialmente linfopenia, pode ser observada. A leucopenia transforma-se rapidamente em leucocitose devido à infecção secundária por bactérias (os agentes bacterianos secundários mais comummente isolados são E.coli, Campylobacter spp., Salmonella spp., Clostridium spp.)
Durante a fase clínica da doença, grandes quantidades de vírus são eliminadas nas fezes. A fase de eliminação do vírus não é muito longa e dura de dez a catorze dias.
À medida que a doença evolui, a temperatura geralmente volta ao normal, antes de se tornar subnormal, quando então o animal morre por choque.

3.2 FORMA MIOCÁRDICA:
Apresenta-se como uma miocardite em crias infectadas (de três a oito semanas) e muito raramente em cães adultos. Cães que se recuperam da forma entérica podem ser afetados mais tarde, durante a vida, pela forma miocárdica. Isso também pode ocorrer em cães que apresentaram uma doença subclínica. Em casos que crias aparentemente sadia morrem subitamente ou minutos após um período de angústia sucumbem de edema pulmonar, atribuído à falha cardíaca.
Nos cães que são infectados, mas que não morrem imediatamente nota-se através do exame radiográfico uma anomalia no miocárdio. Os sinais clínicos são devidos a ataque do miocárdio pelo vírus e subsequente degeneração do músculo cardíaco. É possível que a miocardite em crias resulte de infecção neonatal ou intrauterina do feto.

4. PROFILAXIA:
A profilaxia dá se pelo programa eficiente de imunização. As vacinas não devem proteger somente o indivíduo, mas também a população, evitando a eliminação de vírus quando o animal sofre uma exposição ao vírus de campo. Desde que seja provável que o parvovirus canino continue a circular na população indefinidamente, a imunização contra a parvovirose deve ser incluída no programa rotineiro de vacinação.
1ª dose entre a 6ª e a 8ª semana de idade;
2ª dose entre a 10ª e a 12ª semana de idade;
3ª dose entre a 16ª e a 18ª semana de idade, + reforço anual.
Para assegurar uma boa imunidade aos filhotes, deve-se vacinar as cadelas antes da cobertura. Não vacinar cadelas prenhes, apesar de não existirem evidências de interferência sobre o desenvolvimento normal do feto.