07 novembro, 2015

Calculo de administração de medicamentos em Medicina Veterinária.

Encontrei alguns sites com algumas contas porém estavam com erros nos enunciados o que fazia a conta dar errado e as vezes algumas ficavam sem resultados e muitas contas nao tinham resolução para correção.
Aqui está algumas contas para quem quiser treinar.
Para quem resolver e quiser a resolução comentada é só mandar o e-mail nos comentários que eu envio
Bom estudo...


Diluição de Fármacos
- medicamentos em pó devem ser diluídos em água ou soro

1. Diluir 1g de tiopental sódico a 2,5%.
2. Um frasco de 1G de cefalotina sodica foi diluída em 5ml, qual a concentração desta solução em mg/ml?
3. Diluir 50g de eter gliceril guaiacol em uma solução a 5%.
4. Descreva a quantidade necessária de cada componente para confecção de 10ml de solução de azul de metileno a 1%

Calculo de volume 
- quanto de medicamento dará ao paciente

1.Um cão de 20kg precisa receber 0,2mg/kg de sulfato de morfina na concentração de 10mg/ml. Qual o volume a ser admnistrado?
2.Um cão de 15kg precisa receber 0,1 mg/kg de acepromazina a 0,2%. Qual volume deve ser administrado?
3. Um médico veterinário precisa administrar 5mg/kg de enrofloxacino em um cao de 10kg, onde o fármaco disponível é o Baytril a 5%. Qual o volume que deve ser administrado?

Calculo de fluidoterapia e taxa de infusão
- soro endovenoso ou subcutâneo em situações de desidratação, choque hipovolêmico, queimaduras, hemorragias, etc.
- velocidade de gotejamento do soro em equipo macrogotas ou microgotas.

5 - 6% Desidratação leve
6 - 8% Desidratação moderada
10 - 12% Desidratação intensa
12 - 15% Choque hipovolemico

VR: Desidratação (%) x Peso (Kg) x 10 (Volume de reidratação)
VM: Peso x 50 (Cães) / Peso x 70 (gatos) (Volume de manutenção)
VP: Peso x 40 (vômito) / Peso x 50 (diarreia) / Peso x 60 (vomito + diarreia) (Volume de perdas adicionais)

1. Um cão de 30kg deve ser submetido a infusão de Ringer lactato na taxa de 8ml/kg/h. Determine o gotejamento
2. Animal de 9,6kg com 5% de desidratação, com diarréia, anorexia e adpisia. Calcule o volume de fluidos a ser administrado em 24h e a taxa de infusão (gotas/min).
3. Animal de 24kg com 9% de desidratação, vomitando, com anorexia e adpsia. Calcule o volume de fluidos a ser administrado em 24h e a taxa de infusão (gotas/min).
4. Um cão de 2Kg deve ser submetido a infusão de solução fisiologica na taxa de 5ml/kg/h. Determine o gotejamento

Bônus: Cão, macho 7kg, anorexia, adpsia, êmese, diarreia, desidratação leve 6%.
Prescrição nosocomial: Cefalotina 1g - dose: 30mg/kg/BID
Sulfato de morfina 10mg/ml -  dose: 0,5mg/kg
Fluidoterapia com Ringer Lactato em 24h
Enrofloxacino (Baytril) a 5% - dose: 10mg/kg/SID

14 julho, 2015

Virus da Raiva

Trabalho individual pedido pelo professor de Patologia do Curso Técnico de Veterinária em 2014

1. ETIOLOGIA

1.1. AGENTE INFECCIOSO
O vírus da raiva pertence à família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus e espécie Rabies vírus.

1.2. CARACTERISTICAS
O vírus da raiva possui RNA de fita simples, polaridade negativa, linear, não segmentado. A família Rhabdoviridae está subdividida em dois subgrupos de vírus de plantas, um grupo de vírus de peixes e três grupos de vírus de mamíferos, este último correspondendo aos gêneros:
• Vesiculovirus, relacionado com doença vesicular em animais;
• Ephemerovirus, relacionado com a febre efêmera dos bovinos;
• Lyssavirus, relacionado com encefalomielite fatal em mamíferos.

Além desses gêneros, há outros três: Novirhabdovirus (que infectam peixes) e Cytorhabdovirus e Nucleorhabdovirus (que infectam plantas e invertebrados). O gênero Lyssavirus possui, atualmente, sete espécies distintas. O Rabies virus (RABV), que é o vírus clássico da raiva que causa infecção em mamíferos terrestres, morcegos hematófagos e morcegos não-hematófagos das Américas e pertence ao genótipo 1 – O Lagos bat virus (LBV), ou genótipo 2, que é o vírus isolado, pela primeira vez de morcego frugívoro da região do Lagos (Nigéria), em 1956. O Mokola virus (MOKV), ou genótipo 3, que foi isolado de mussaranhos (Crocidura sp) e de humanos, também da Nigéria, assim como de felinos do Zimbabwe e Etiópia. O Duvenhage virus (DUVV), ou genótipo 4, foi isolado de humano e posteriormente de morcegos insetívoros da África do Sul e Zimbabwe.

Ao contrário de muitos vírus que causam infecção aguda, o vírus da raiva ultrapassa as defesas imunes do hospedeiro por um longo período, devido ao seu extremo neurotropismo. Atinge principalmente o Sistema Nervoso Central (SNC) que pode acometer todos os mamíferos, inclusive os seres humanos. É caracterizada por uma encefalomielite fatal. A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em seu Código Sanitário para os Animais Terrestres, lista a raiva na categoria das enfermidades comuns a várias espécies. Os vírus da Raiva apresentam morfologia característica, em forma de bala de revólver, diâmetro médio de 75nm e comprimento de 100 a 300nm, variando de acordo com a amostra considerada. O vírion é composto por um envoltório formado por uma dupla membrana fosfolipídica na qual emergem espículas de aproximadamente 9nm, de composição glicoprotéica. Este envoltório envolve o nucleocapsídeo de conformação helicoidal, composto de um filamento único de RNA negativo e não segmentado. Estudos bioquímicos têm demonstrado que, além do RNA, é composto estruturalmente por cinco proteínas: uma RNA polimerase RNA - dependente, uma glicoproteína de superfície, uma nucleoproteína, uma fosfoproteína, e uma proteína matriz.


Rabies virus


O vírus da raiva é sensível aos solventes de lipídeos (éter, sabão, clorofórmio, sais minerais, ácidos, álcalis fortes e acetonas), etanol à 45-70%, preparados iodados e compostos de amônia quartenária, aos agentes físicos (calor, luz ultravioleta) e às condições ambientais, como dessecação, assim como congelamentos e descongelamentos sucessivos, relativa estabilidade a um pH entre 5-10, a luz ultravioleta e a temperaturas de pasteurização.
Mesmo em condições ambientais adversas, o vírus da raiva pode manter sua infecciosidade por períodos relativamente longos, sendo então inativado naturalmente pelo processo de autólise.
A putrefação destrói o vírus lentamente, em cerca de 14 dias.


2. TRANSMISSÃO
A principal forma de transmissão é por contato direto com a saliva de animais infectados. Tendo em vista a alta capacidade de adaptação do vírus da raiva as diferentes espécies de mamíferos a doença apresenta distribuição cosmopolita.


2.1. RESERVATÓRIO


Os principais reservatórios do vírus da raiva são mamíferos das ordens Carnivora e Chiroptera e apesar dos morcegos insetívoros, frugívoros e hematófagos serem reservatórios do vírus, também podem atuar como vetor em alguns casos e são os principais responsáveis pela manutenção do vírus no ambiente silvestre.

A tipificação antigênica com anticorpos monoclonais (Mabs), desenvolvida por
Victor & Koprowski desde 1978 e, mais recentemente, a análise de seqüências nucleotídicas têm sido utilizadas para identificar variantes virais associadas a focos de raiva em todo o mundo. Esses dados, associados aos dados obtidos por meio da vigilância epidemiológica, podem auxiliar efetivamente na identificação do reservatório animal envolvido.
No Brasil, desde 1996, pela realização de um teste de imunofluorescência indireta com a utilização de um painel de anticorpos monoclonais contra a nucleoproteína viral, produzido pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC), Atlanta, USA, e preestabelecido pela Opas, para o estudo de amostras isoladas nas Américas, puderam ser identificados seis perfis antigênicos preestabelecidos:
Variante 3 Desmodus rotundus, também isolada de outras espécies de morcegos;
Variante 4Tadarida brasiliensis, também isolada de outras espécies não hematófagos;
Uma variante semelhante à variante 5 – também relacionada a isolamentos de morcegos hematófagos em outros países, isolada de morcegos não hematófagos.
Variante 6Lasiurus cinereus, isolada de morcego insetívoro e um perfil que mostra reações positivas a todos os Mabs utilizados, observada em amostras de morcego não hematófago.


Em países onde a raiva canina é controlada e não existem morcegos hematófagos, os principais reservatórios são os animais silvestres terrestres, tais como as raposas (Vulpes vulpes), os coiotes (Canis latrans), os lobos (Canis lupus), as raposas-do-ártico (Alopex lagopus), os raccoon-dogs (Nyctereutes procyonoides), os guaxinins (Procyon lotor), os skunks (Mephitis mephitis), entre outros.
Por outro lado, onde a doença não é controlada, como ocorre na maioria dos países dos continentes africano, asiático e latino-americano, o vírus é mantido por várias espécies de animais domésticos e silvestres.
No Brasil, a principal espécie animal transmissora da raiva ao ser humano continua sendo o cão. Identificações positivas de vírus da raiva já foram descritas em animais silvestres da fauna brasileira, tais como as raposas (Dusicyon vetulus), jaritatacas (Conepatus sp), guaxinins (Procyon cancrivorous), sagüis (Callithrix jachus), cachorro-do-mato (Cerdocyon thous).
O ser humano é o hospedeiro final do vírus, não podendo ser classificado como reservatório, pois este não transmite mais o vírus para nenhum outro ser vivo.

2.2. MECANISMOS DE TRANSMISSÃO
Os principais meios de transmissão podem ser:
Por mordedura, arranhadura e lambedura – A mais comum é pelo deposito de saliva em pele com ferimento existente ou mucosa mesmo estando íntegra. A arranhadura por unha de gato, que tem o hábito de se lamber, pode ser profunda, introduzindo o vírus. Os receptores do vírus rábico no organismo encontram-se na pele e nas mucosas.
Zoofilia – Praticas sexuais com animais (bestialismo) pela penetração do vírus na mucosa da região genital. No Brasil há relato de 2 casos por essa forma de transmissão, um na década de 80 e o outro no ano de 1997.
Inter-humana – Quando se desconhece que a primeira pessoa morreu de raiva, possivelmente não se faz a suspeita do caso secundário, transmitido pelo anterior. Na literatura há relato de dois casos na Etiópia: Mãe após mordedura, em dedo da mão, do filho que faleceu de raiva; e filho que beijou na boca, repetidas vezes de sua mãe, quando esta já estava com raiva.
Transplante de córnea – Foram descritos na literatura 8 casos de raiva em pessoas que receberam transplante de córnea de doadores que morreram de raiva, sem suspeitas que a causa do óbito fora por raiva.
Pela via respiratória – Inalação de aerossóis, provavelmente pela penetração da mucosa da oro-faringe ou das vias aéreas superiores. A via nasal e particularmente as células neuroepiteliais olfativas podem ser uma via alternativa de penetração viral, sendo que este tipo de exposição pode resultar em uma infecção com baixa eficiência.

Outras possíveis vias: Transplante de órgãos, transplacentária e mamária, ingestão de carne, leite e outros derivados, manipulação de carcaça.


Cadeia Epidemiológica de Transmissão da Raiva


2.3. CICLO DE TRANSMISSÃO
A adsorção vírus-célula é feita pela glicoproteína (G), responsável pela indução de anticorpos neutralizantes, em uma ligação específica (receptor celular – anti-receptor viral) e o vírus penetra nas células por um processo de endocitose.
Uma vez dentro das células, o ribonucleocapsídeo é liberado no citoplasma, onde o RNA negativo se replica, dando origem ao RNA mensageiro (ciclo de transcrição primária), que codifica as cinco proteínas e novos genomas, que são encapsidados e, ao nível das membranas celulares, são liberados por brotamento.
Ao penetrar o neurônio o vírus torna-se protegido pela bainha de mielina, que envolve o nervo, da ação dos anticorpos, das células do sistema imune e da ação dos interferons. Por isso durante a propagação passiva do vírus rábico pelos nervos não há produção de anticorpos rábicos que possa bloquear seu caminho rumo ao SNC. Os interferons podem atuar inibindo diretamente a replicação viral, e assim, a sua disseminação ou indução as reações das células imunes são extremamente importantes no inicio da infecção. O vírus da raiva é capaz de induzir a produção de interferons antes de sua migração para o SNC.
A partir da intensa replicação no SNC, o vírus da raiva segue em direção centrífuga, disseminando-se através do sistema nervoso periférico e autônomo para diferentes órgãos e glândulas salivares. Essa disseminação faz com que o vírus atinja, também, terminações nervosas sensoriais do tecido cutâneo da cabeça e pescoço, onde se pode demonstrar a presença de antígeno viral. Os vírus fixos, no entanto, não necessitam desta intensa replicação nas células musculares e atingem, mais rapidamente, os nervos periféricos.

A resposta imune específica ao vírus da raiva possui dois componentes: a mediada por anticorpos e a mediada por células. Além da glicoproteína (G) ser imunodominante, a nucleoproteína (N) tem importante papel na resposta imune, visto que, através de uma interação, age na resposta imunocelular.
As células apresentadoras de antígeno (macrófagos, células dendríticas, células de Langherans etc.), quando entram em contato com o vírus da raiva, os fagocitam e os processam para apresentação às células imunes. Esta apresentação é fundamental para a ativação dos linfócitos T auxiliares, que vão produzir diferentes citocinas; estas ativam diferentes células implicadas na eliminação direta do vírus ou de células infectadas, e auxiliam na produção de anticorpos pelos linfócitos B.
A estimulação dos linfócitos B para a produção de anticorpos, infecção natural, só se da após o aparecimento dos sintomas clínicos. A possibilidade de neutralização da capacidade infecciosa viral só se da, portanto, após a invasão do SNC e neste momento a doença adquiriu uma forma irreversível. O titulo de anticorpos neutralizantes permanece baixo ate a fase terminal da doença e atinge seu pico próximo da morte.
O vírus pode localizar-se também na retina e no epitélio da córnea e folículo piloso da região da nuca.


3. SINTOMAS

3.1. PERÍODO DE INCUBAÇÃO
A variabilidade do período de incubação depende de fatores como capacidade invasiva, patogenicidade, carga viral do inoculo inicial, ponto de inoculação (quanto mais próximo do SNC, menor será o período de incubação), idade, imunocompetência do animal, entre outros. O período de incubação longo favorece a manutenção da doença de forma enzoótica.
No ser humano, o período médio de incubação é de 20 a 60 dias, embora haja relatos de períodos excepcionalmente longos.
Em cães, o período médio de incubação é de 3 a 8 semanas, com extremos variando de 10 dias a 6 meses.
Em skunks (Mephitis mephitis) foram observados períodos de 105 a 177 dias.
Em bovinos experimentalmente submetidos à espoliação por morcegos Desmodus rotundus infectados o período foi de 20 a 165 dias.
Em bovinos mantidos em condição de campo o período foi de 60 a 75 dias.
Em bovinos inoculados experimentalmente por via intramuscular o período foi de 25 a 611 dias.
Em experimentos envolvendo inoculação intramuscular em caprinos e ovinos com amostras de vírus da raiva, obtido de raposa Dusicyon vetulus, do Nordeste brasileiro, o período de incubação variou de 17 a 18 dias.
Em asininos, a inoculação com a mesma amostra apresentou um período de 92 a 99 dias e, em eqüinos, 179 a 190 dias

3.2. SINAIS CLÍNICOS NOS HERBÍVOROS
A sintomatologia predominante é da forma paralítica. O sinal inicial é o isolamento do animal, que se afasta do rebanho, apresentando certa apatia e perda do apetite, podendo apresentar-se de cabeça baixa e indiferente ao que se passa ao seu redor. Seguem-se outros sinais, como aumento da sensibilidade e prurido na região da mordedura, alterações de comportamento, mugido constante, tenesmo, hiperexcitabilidade, aumento da libido, salivação abundante e viscosa e dificuldade para engolir (o que sugere que o animal esteja engasgado).
Como os sinais em bovinos e equinos podem ser confundidos com outras doenças que apresentam encefalites, é importantíssimo que seja realizado o diagnóstico laboratorial diferencial.

3.3. SINAIS CLÍNICOS NOS SERES HUMANOS
O primeiro estágio, o prodrômico, dura aproximadamente 2-10 dias, caracterizado por dor de cabeça, febre, náusea, fadiga e anorexia. No segundo estágio, ocorre a excitação sensorial ou a fase conhecida como "período neurológico agudo", que persiste por 2 a 7 dias. Ocorrem comportamentos bizarros, como extrema agressividade, ansiedade, insônia, aumento da libido, formigamento, priapismo, hipersalivação, aerofobia, fotofobia, reação ao barulho, contração muscular, convulsões, hidrofobia, tendência de morder e de mastigar. O terceiro estágio é caracterizado por coma e paralisia, que pode durar de algumas horas a alguns dias, marcado pelo estado de confusão mental, alucinações, paradas cardíacas e respiratórias e paralisia do pescoço ou da região do ponto de inoculação. Entrando em coma, o paciente pode falecer em poucos dias.

3.4. SINAIS CLÍNICOS NOS CANÍDEOS
Na fase prodronica os animais apresentam mudança de comportamento, escondem-se em locais escuros ou mostram uma agitação inusitada. Após 1 a 3 das, ficam acentuados os sintomas de excitação. O cão se torna agressivo, com tendência a morder objetos, outros animais, o homem, inclusive o seu proprietário, e morde-se a si mesmo, muitas vezes provocando graves ferimentos. A salivação torna-se abundante, uma vez que o animal é incapaz de deglutir sua saliva, em virtude da paralisia dos músculos da deglutição. Há alteração de latido em virtude da paralisia parcial das cordas vocais. Os cães infectados têm propensão de abandonar suas casas e percorrer grandes distancias, podendo atacar outros animais no trajeto disseminando a raiva. Na fase final pode ocorrer convulsão generalizada seguido de incoordenação motora e paralisia do tronco e membros. A forma muda predomina-se pelos sintomas do tipo paralitico, sendo a fase de excitação extremamente curta ou imperceptível. A paralisia começa pela musculatura da cabeça e do pescoço. A seguir vem a morte.

3.5. SINAIS CLÍNICOS NOS FELINOS
Na maioria das vezes a doença é do tipo furioso, com sintomatologia semelhante à dos canídeos, como os felinos são seres mais sensíveis, o período de permanência dos sintomas pode ser mais curto, podendo levar o animal ao óbito mais rápido.

3.6. SINAIS CLÍNICOS NOS CHIROPTERA
Ocorre uma fase de excitabilidade seguida de paralisia, principalmente das asas, o que faz com que estes animais deixem de voar. Deve-se suspeitar, portanto, de morcegos (hematófagos ou não), encontrados em local e hora não habitual.
Ressalta-se que durante a fase de paralisia dos morcegos, não há paralisia do maxilar, o que permite que ele, uma vez manipulado, possa morder e transmitir o vírus.

4. PROFILAXIA
Consiste principalmente na imunização dos animais susceptíveis.
No caso dos herbívoros considera-se o controle populacional do Desmodus rotundus, como outras ações profiláticas da raiva.
No Brasil são vacinados cerca de 24 milhões de cães e gatos ao ano, sendo que os estados da região sul não realizam mais as Campanhas de Vacinação Contra a Raiva nesses animais. No estado de São Paulo a adesão da população às Campanhas de Vacinação contra Raiva tem mantido o município livre da raiva em humanos e em cães e gatos desde 1982 e 1984, respectivamente.
As vacinas anti-rábicas evoluíram desde 1885, quando Pasteur e colaboradores desenvolveram a primeira vacina contra a raiva. As primeiras vacinas eram elaboradas em SNC de animais, depois em embrião de aves e por fim em culturas de células. Na atualidade estão sendo pesquisadas e obtidas vacinas por técnicas de engenharia genética.
A vacina contra a raiva humana é uma suspensão de proteínas do vírus da raiva que estimula a produção de anticorpos anti-rábicos no organismo, portanto a imunidade é ativa.
As vacinas podem ser produzidas utilizando diversos substratos e diferentes cepas de vírus da raiva próprias para a produção de vacinas. Sempre devem conter vírus inativado (morto).

E há também o soro anti-rábico, que passou a ser utilizado na década de 50, e jamais deve ser utilizado sozinho. Ele complementa a profilaxia da raiva humana em pós-exposição, pois já é um concentrado de anticorpos anti-rábicos produzidos em outro organismo. Os anticorpos anti-rábicos produzidos em outro organismo devem ser administrados, se necessários, além da vacina contra a raiva (nunca em sua substituição), em casos de grande risco de o vírus rábico atingir o SNC de maneira mais rápida, pela localização e extensão de ferimentos.

5. IMPORTÂNCIA SOCIOECONÔMICA
No Brasil, a Raiva pode ser considerada endêmica, em grau diferenciado de acordo com a região geopolítica, com notificação de 34.044 mil casos de Raiva em diferentes espécies animais, no período de 1995-2005.
Segundo alerta de 31 de março de 2006 a OMS considera a raiva uma doença negligenciada, uma vez que “diversas zoonoses, como a raiva, continuam matando em silencio e são muito mais perigosas do que a atual epizoótica de gripe aviaria. A raiva canina provoca cerca de 55.000 mortes por ano no mundo, enquanto que em pouco mais de dois anos o vírus da gripe aviaria H5N1 só causou uma centena de mortes oficialmente registradas”

A raiva é considerada doença transmissível de importância sócio-econômica e/ou de saúde pública, com impacto no comércio internacional de animais e produtos de origem animal. A disseminação do vírus da raiva causa grandes prejuízos econômicos tanto diretos pela morte rápida dos animais, como indiretos pela espoliação sanguínea que enfraquece e também pode levá-los a óbito por anemia, infecções ou parasitoses, depreciação do couro e mesmo pelos custos na profilaxia da raiva humana.

BIBLIOGRAFIA
http://www.saude.sp.gov.br/resources/instituto-pasteur/pdf/manuais/manual_08.pdf
http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/Aniamal/programa%20nacional%20dos%20herbivoros/revis%C3%A3o%20sobre%20raiva.pdf
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/controle_de_zoonoses/raiva_animal/index.php?p=5435

SUMÁRIO

1. Etiologia
1.1. Agente Infeccioso
1.2. Características
2. Transmissão
2.1. Reservatório
2.2. Mecanismos de transmissão
2.3. Ciclo de Transmissão
3. Sintomas
3.1. Período de Incubação
3.2. Sinais clínicos nos herbívoros
3.3. Sinais clínicos nos seres humanos                                   
3.4. Sinais clínicos nos canídeos
3.5. Sinais clínicos nos felinos
3.6. Sinais clínicos nos chiroptera
4. Profilaxia
5. Importância Socioeconômica
Bibliografia

26 janeiro, 2015

Tipo de Domas

Disciplina: Comportamento Animal
TIPOS DE DOMAS

DOMA RACIONAL: É um processo de domesticação, em que se busca desenvolver o entendimento e a cooperação entre cavalo e domador, baseada sempre na confiança e no respeito mútuo.

DOMA TRADICIONAL: Na doma tradicional, o cavalo xucro é encilhado sem nunca antes ter tido contato com o material de montaria e normalmente muito pouco contato com pessoas. O ginete monta o animal, que corcoveia e tenta derrubar o cavaleiro. É comum usar esporas e chicotes para instigar o animal e assim cansá-lo mais rápido. Quando o animal fica exausto e para de pular, se ensina os comandos de direção e de velocidade.
Outros tipos de doma tradicional englobam atividades como laçar o cavalo, derrubá-lo, uso de peia por uso prolongado e uso de punição ao invés de recompensa. Normalmente ainda se utilizam muitos elementos da doma tradicional ao se domarem cavalos no Brasil, mesmo quando se usa a chamada de "racional".

DOMA MONTY ROBERT: Monty Roberts  é um famoso "Encantador" de cavalos dos E.U.A, que desenvolveu a técnica de Join-up, observando como os cavalos selvagens se comunicam entre si.

Join-up consiste em comunicar-se com o cavalo em seu próprio idioma, convencendo o animal a nos aceitar como seu líder. Desta maneira se forma uma união na qual homem e cavalo trabalham juntos em uma relação com base na confiança, comunicação e respeito mútuo. Pedem-se coisas ao cavalo ao invés de se fazer exigências, conseguindo assim melhores resultados sem violências.

Diástole, Sístole, PA e Válvulas Cardíacas - Breve resumo

DIÁSTOLE E SISTOLE:
A cada contração do músculo cardíaco ( quando o coração bate), o sangue é bombeado para fora do coração. Isso é chamado sístole. E quando o músculo cardíaco relaxa, o coração se enche de sangue ( antes da próxima batida). Isso é chamado diástole.

PRESSÃO ARTERIAL:
A cada sístole do Coração, um fluxo sanguíneo é lançado para dentro das artérias. Essa força que o sangue faz nas paredes internas das artérias é chamada de Pressão Arterial.
Os valores normais de Pressão Arterial em cães e gatos se assemelham bastante com os valores humanos (12 por 8 ou 120 por 80), mas varia muito de acordo com o tamanho do animal; em goldens, por exemplo, a pressão pode chegar a ser 10 por 9.
A pressão arterial dos equinos sistólica 124,77 ± 16,87mmHg e diastólica 82,17  ±12,34mmHg.
Em gatos, Tilley & Goodwin (2004) estabeleceram limites máximos normais para a pressão arterial, sendo 180mmHg para a pressão sistólica e 120mmHg para a diastólica.
 Bovinos – 160mmHg por 110mmHg.

VÁLVULAS CARDÍACAS:
As válvulas cardíacas são estruturas cartilaginosas sustentadas por músculos internos no coração que promovem a abertura das câmaras para a passagem de sangue e o fechamento das mesmas evitando o seu refluxo. O tempo de abertura e fechamento das válvulas é determinado por estímulos elétricos e compressão muscular e pela própria força hidrostática do sangue.
Possuímos 4 válvulas cardíacas: Mitral, Pulmonar, Aórtica, Tricúspide.

LOCALIZAÇÃO DO CORAÇÃO:
Cães e gatos: Localizado abaixo do osso anterior do tórax, ou seja, o esterno.

Bovinos: Localizado no plano mediano do corpo, no mediastino, com um desvio de 3/5 para o antímero esquerdo e 2/5 para o antímero direito.

Criação de Equinos

Apresentação de Power Point para aula de manejo animal

Monogástricos = Possuem só um estomago
Com ceco funcional
Ausência de vesícula biliar, a bile produzida pelo figado é jogada diretamente no intestino
Não vomitam pois possuem o esfincter cárdico bastante fechado
São perissodátilos, ungulados

Cavalos de tração  - Bretão
Cavalos de sela - Árabe, mangalarga
Cavalos de esporte - Quarto de milha
Cavalos de lazer - Paint horse

A função do macho vasectomizado é a de detectar cius e marcar a égua para o garanhão cruzar; possui os testículos e produz espermatozoides.
Corta-se o cordão chamado ducto deferente, responsável pelo transporte do espermatozoide ao pênis; após a cirurgia o rufião ejacula sem espermatozoides.
O macho castrado não possui os testículos, consequentemente não produz espermatozoides.
o rasamento (dentes retos) e nivelamento dentário varia desde oval (8 anos) até biangular (17 anos); a mandíbula é jogada pra frente.




Particularidade de um cavalo da Cavalaria da PM – Um potro com Estrela.
As Particularidades não são raras, algumas raças sempre tem outra aparecem de vez em quando. Para cavalos de exposições, certas raças não são aceitas parcial ou qualquer tipo de particularidade.
Instalações básicas
Tronco de contenção: É o local que deve conter o animal para realizar as praticas de manejo;
Cavalos não pulam, para embarcar e desembarcar animais é necessário a instalação do embarcadouro.
Quarto de feno e rações: O local arejado e fresco evita a formação de bolores os alimentos. A limpeza periódica evitará a aproximação de insetos e roedores que podem transmitir doenças. A estocagem deve ser feita em função do período em que os alimentos são consumidos. Sendo assim, o ultimo a chegar no estoque tem que ser o ultimo a ser consumido, desde que não esteja deteriorado.

Quarto de sela: Local deve ser organizado e limpo, visto que será utilizado por varias pessoas. Convém que as selas fiquem em cabides ou cavaletes de madeira, assim como as cabeçadas devem ter seu local apropriado. É interessante que o quarto seja bem arejado, a fim de evitar formação de fungos (mofo) no couro das cabeçadas e selas. As mantas devem ser deixadas  ao sol pela manha para que sequem bem.

Lavadores: Os locais designados para os banhos dos animais devem ser seguros tanto para os animais quando para a pessoa que vai dar o banho. O piso deve ser levemente abrasivo ou com borrachas, deve haver argolas ou amarradores resistentes para amarrar os cavalos, e boa drenagem.
Importante quanto ao banho, todos sabem que cavalos são animais assustados, portanto, o banho deve ser começado pelos cascos e subir devagar; o jato de água não deve ser muito forte.
IA - Inseminação artificial
TE - Transferência de embrião, não desgasta a mãe porque não é ela quem vai carregar o filhote por 11 meses e parir
FIV - Colhe o óvulo e o espermatozoide e a fecundação ocorre in vitro, após a fecundação, o embrião é transferido para a receptora (barriga de aluguel)
Monta natural - O mais desejado entre os criadores por ser a opção mais barata

A TE ou as vezes a FIV  é o mais usado em cavalos de elite, para terem certeza de uma boa linhagem, tem um custo muito elevado.
Aumento da suplementação: Éguas no terço final da gestação devem ser agrupadas em pastagens pré maternais onde recebem suplementação alimentar (sal mineral, concentrado, etc)
Transferência para o piquete maternidade: 15 dias após o terço final da gestação devem ser transferidas
Sinais de parto: Transpiração elevada principalmente no flanco, lábios vulvares relaxados e umedecidos, se isola, interrompe o pastejo, bate patas no solo (cava), ergue a cauda, micção, olha o flanco, deita e levanta constantemente
Parto: Se o filhote não sair em até uma hora ou a égua estiver com muita dificuldade em expelir o filhote fazer a intervenção médica
Éguas paridas: Por 24 horas nos 2 primeiros dias, em seguida levadas ao piquete maternidade junto com as outras éguas e com o seu potro ao pé
Potro: Não se deve interromper esse “ritual” porque é o laço que o potro criará com a mãe e a mãe com ele, se interrompido, a mãe poderá rejeitar esse animal horas depois; o colostro é o primeiro e o mais importante leite que o potro recém nascido deve tomar, pois o potro está imunologicamente fraco, se o potro não conseguir tomar o colostro ou não querer tomar deve fazer a intervenção médica pois esse potro deve estar com algum problema sério. Pode-se dar leite de vaca, de cabra ou leite do banco de leite (normalmente de vaca) mas esse potro terá chances menores de sobreviver.
Filhotes órfãos: Banco de colostro (leite de vaca) coleta de uma mamadeira por dia e congelando para ser utilizado quando necessário
Sucedâneo: Dar leite de vaca ou cabra. Consumo deve ser de 4L/45Kg
Piquete maternidade: Lugar próximo, sem barulhos, sem outros tipos de animais

DESMAME: Separação completa do potro e da égua; para diminuir os impactos da separação pode ser colocada uma égua madrinha 1 mês antes do desmame
Diminuição da ração 5 DIAS antes do desmame para ajudar a égua a secar
Evitar cercas de arame porque os potros podem se machucar e se tiverem hábitos de cocheira vão tentar mordiscar a cerca, usar preferencialmente de madeira
Separação por sexo – atingem a maturidade sexual do 8º ao 9º mês de vida.
O casqueamento consiste em lixar o casco do cavalo (durante sua vida inteira) e o ferrageamento consiste em colocar as ferraduras no animal.
A alimentação dos equinos deve ser balanceada de acordo com a quantidade de exercício que cada animal realiza. Sendo assim, um animal de esporte que treina algumas horas por dia necessita de mais energia do que os que fazem passeios aos finais de semana.
As forragens devem constituir a maior parte da dieta dos equinos. Por ser um herbívoro seu sistema digestivo foi desenvolvido para a alimentação principalmente de gramíneas e leguminosas, que devem constituir cerca de 70% da alimentação.
A principal fonte de alimento dos equinos que vivem em pastagens são as gramíneas e o capim;
O feno é um complemento, e é mais utilizado para cavalos que vivem encolcheirados quando normalmente não tem um pasto para se alimentarem. Serve também como cama para esses animais e deve ser trocada diariamente. Cavalos que consomem muito feno, praticam pouco exercício e tomam pouca água tem sérios problemas gastrointestinais que pode levar o animal a óbito pois são animais muito sensíveis.
O sal mineral é um suplemento, pode ser dado em abundância para qualquer tipo de animal.

Rotação de culturas: A rotação de culturas consistem em alternar espécies vegetais, no decorrer do tempo, numa mesma área agrícola é utilizada como forma de preservar a fertilidade do solo e o equilíbrio de nutrientes. Contribui também para o controle de pragas, pois o cultivo das mesmas culturas nas mesmas áreas poderia resultar no aparecimento de doenças e infestações. As monoculturas são evitadas. A diversidade é fator que traz estabilidade ao agrossistema.
Adubação de m/a (milho e aveia): 2x por ano para diminuir a infestação da área por plantas invasoras
Habito de pastejo rente ao solo: O cavalo tende à cortar a forrageira com os dentes incisivos (pinças) muito próximos ao solo, danificando a pastagem, a opção recai sobre as gramíneas rasteiras (estoloníferas) que cobrem todo solo (cost cross; estrela; pangola)
Picos de carrapatos adultos 
Carrapaticidas a base de piretróides: Não causam problemas de aborto ou intoxicação
Vermifugação: Via oral pelo canto da boca do animal
Parasitas intestinais: Controla por amostragem
Exame fecal: 10% dos animais de cada categoria do plantel
Vermifugos a potros: A cada 2 meses do primeiro mês até o 18º mês
Rinopneumonite Equina: (aborto a vírus) vacinação das éguas no 4º, 5º e 6º mês de gestação, EXCETO no 9º mês
Tétano: causado por bactéria, é zoonose, vacina-se os potros com 6 meses, após 30 dias 2ª dose e após 6 meses 3ª dose / Causa a fotofobia – aversão à luz; o animal tem que estar em silencio e no escuro
Encefalomielite: potros sem mães vacinadas (2 meses), potros com mães vacinadas (3-6 meses), 2ª dose após 14 dias + reforço anual
Influenza (gripe equina): vírus mutável, potros até 1 ano – 1ª dose com 3 meses, 2ª dose com 4 meses e 3ª dose com 5 meses, demais a cada 6 meses
AIE: Eutanazia é o termo utilizado para o desligamento de aparelho de humanos; ortotanazia é termo utilizado para o ‘sacrificio’ de animais, pois eles não podem decidir por si se querem ou não morrer. Muitas pessoas dizem ‘’eutanaziar’’ um animal, mas o correto é ‘’ortotanazia”
Septicemia neonatal (infecção generalizada em potros): As éguas reprodutora se contaminam passando para o filhote ainda no ventre.
Sarcóide eqüino: São tumores localmente agressivos (podendo ocorrer em todos os eqüídeos, mulas e jumentos). Ocorrem geralmente em locais onde ocorreram traumas previamente causado por vírus

Habronema: Doença parasitária (localização errática de larvas de Habronema spp). Extremamente comum, tem um caráter sazonal ocorrendo com maior freqüência nos meses quentes do ano. Usa como vetores a mosca doméstica (Musca domestica) e a mosca dos estábulos (Stomoxys calcitrans)

Pitiose: Lesões cutâneas causadas pelo fungo Pythium insidiosum. Além dos equinos a doença tem sido diagnosticada no homem, cães, bovinos, ovinos, gatos, camelo, urso e felinos selvagens. Embora a forma cutânea e subcutânea caracterizada por granulomas de aspecto proliferativo, ulcerado e exsudativo seja a mais comum, em algumas espécies é freqüente em órgãos do sistema digestivo, respiratório, ósseo e linfonodos. Temperatura, o PH e a concentração de íons (K, Ca e Mg) na água: papel importante na produção dos zoósporos da pitiose. O Pantanal reúne alguns fatores como clima, alagamento anual e número de eqüinos que favorecem a ocorrência (maior número de casos: durante e após meses do verão chuvoso - fevereiro a maio)
Apesar dos cavalos serem capazes de dormir em pé, muitas vezes gostam de se deitar. Se não tiver uma cama apropriada, prejudicará as articulações

O Mais indicado para fazer uma cama pra equinos é o pavimento sintético; são pavimentos de borracha antiescorregadios e com furos para facilitar a limpeza. Novo no Brasil e bastante aceitável. Evitam problemas  nas articulações e cascos e eliminam partículas alérgicas das palhas e serragens.
As Serragens são as mais usadas mas ainda não são o essencial. São mais fáceis de limpar; se houver fezes, pode ser usada como adubo.
A palha é mais encontrada em interior e haras pequenos, podem causar problemas de respiração (as particular grandes da palha entram no pulmão) existem vários tipo como por exemplo, cevada, trigo ou aveia.
Os jornais no Brasil não são frequentes, mas pode-se encontrar cortados em tiras pois são relativamente baratos. Quando limpos, são uma espécie de palha esterilizada, útil para cavalos alérgicos à palha. Porém, quando molhados pela urina começam a decompor-se e são invadidos por fundos, tornando-se toxico para o animal.

Cuidado com cochos e bebedouros: Limpos com escova a cada refeição evitando que os resíduos da comida apodreçam e possam ser possivelmente ingeridos pelo cavalo. Os bebedouros de cimento acumulam mais sujeira que os de ferro, sendo estes mais fáceis de limpar.

Limpeza dos cascos: Brocas: pododermatites infecciosas
O cavalo manca ao andar; ocorre se a limpeza e o casqueamento não forem feitos ou se não forem mal feitos. Limpeza das instalações para evitar proliferação das bactérias
A parte da frente do casco do cavalo, mais conhecida como muralha, pode rachar, levando o animal a sofrer uma dor intensa, o animal com a muralha rachada deve ficar de repouso até se recuperar. Importante ressaltar que cavalo com broca não se deve montar; repouso absoluto.
Casqueamento mensal: Manutenção: quando o objetivo é apenas aparar os excessos de crescimento, mantendo o formato natural e o equilíbrio de sustentação dos cascos;
Corretivo: quando visa corrigir algum tipo de desvio de raio ósseo ou do direcionamento de cascos; Ortopédico: quando o objetivo é corrigir algum tipo de traumatismo ( ex.: fissura de muralha) ou de afecção ( ex.: doença do osso navicular)
Ferrageamento: A manutenção da ferradura deve ser feita a cada 40-45 dias, devido ao crescimento natural dos cascos. Este trabalho devera ser feito por uma pessoa especializada, que poderá corrigir possiveis defeitos de aprumo























24 janeiro, 2015

Parasitas de Bovinos

Parasitas de Bovinos
Disciplina: Parasitologia
Tec. Veterinária - 31VT - Noite - Prof.: Raphael Roseti


SUMÁRIO
Endoparasitas
Botulismo
Brucelose
Carbúnculo Sintomático
Ceratoconjuntivite Infecciosa Bovina (CIB)
Coccidiose
Diarréia Viral Bovina (BVD)
Encefalite por Herpesvírus Bovino - Tipo 5
Enterotoxemia
Febre Aftosa
Febre Catarral Maligna
Hemoglobinúria Bacilar (HB)
Língua Azul (LA)
Listeriose
Neosporose
Papilomatose
Raiva
Rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR)
Tétano
Tricomonose Bovina
Tristeza Parasitaria Bovina
Verminose
Ectoparasitas
Miíase
Mosca-dos-chifres

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ENDOPARASITAS

Botulismo
Botulismo é uma forma de intoxicação alimentar resultante da ingestão e absorção pela mucosa digestiva de potentes toxinas pré-formadas produzidas pela bactéria Clostridium botulinum, presente no solo, no trato gastrintestinal dos animais e em alimentos contaminados e mal conservados. 
Uma das doenças mais comuns no Brasil, e que causa prejuízos sérios para o produtor rural pela grande quantidade de animais acometidos e alta mortalidade que provoca. É caracterizada por uma paralisia motora progressiva dos músculos. As toxinas que causam o botulismo nos bovinos são as do tipo C e D.
Na pecuária, a ocorrência do botulismo está associada à ingestão de toxinas em resto de cadáveres em decomposição no pasto, águas rasas e paradas com resto de cadáveres ou não, grãos mal armazenados e em putrefação, feno úmido e em putrefação e rações armazenadas inadequadamente.
O botulismo é importante em regiões de solos pobres em fósforo, como o cerrado e campos nativos, sendo bastante disseminada no Brasil, principalmente devido à baixa suplementação mineral de boa parte do rebanho nacional, ou suplementação inadequada. Os animais acabam por adquirir o hábito de roer ossos e ingerir resto de cadáveres que podem estar contaminados com a toxina.
Geralmente ocorre na forma de surtos, daí os grandes prejuízos para o produtor. Mesmo depois de suprida a carência mineral, os animais mantêm o vício de roer ossos, podendo, com esse hábito, se contaminar. 
O botulismo é conhecido também como “Mal das Palhadas” e “Mal da Vaca Caída”. O homem pode ser acometido pela doença ao ingerir alimentos em conserva, os enlatados ou embalados a vácuo, contaminados.
A duração da doença varia dependendo da quantidade de toxina ingerida, sendo que, nos casos mais severos, a morte ocorre em algumas horas após o início dos sintomas.
Na fase inicial, os animais apresentam graus variados de embaraço, incoordenação, perda de apetite e dificuldade de se movimentar. Tem início, então, um quadro de paralisia muscular flácida progressiva, que começa pelos membros posteriores e faz com que os animais prefiram ficar deitados (em decúbito esternal) e, quando forçados a andar, o fazem de maneira lenta e com dificuldade (andar cambaleante e lento). A respiração abdominal se torna acentuada e o vazio do flanco torna-se fundo. Não há febre. Os animais podem sucumbir repentinamente se estressados. 
Com o avanço da doença, a paralisia muscular se acentua, impedindo que o animal se levante, embora ainda seja capaz de se manter em decúbito esternal, progredindo para os membros anteriores, pescoço e cabeça, que faz com que a cabeça fique junto ao solo ou voltada para o flanco e pesada. A paralisia muscular afeta a mastigação e a deglutição, levando ao acúmulo de alimentos na boca e sialorréia (baba). O animal apresenta diminuição dos movimentos ruminais. 
Na fase final o quadro de prostração se acentua, fazendo com que o animal tenha dificuldade para se manter em decúbito esternal, tombando para os lados (em decúbito lateral). A consciência é mantida até o final do quadro, quando o animal entra em coma e morre por insuficiência respiratória. 
Não existe tratamento. Para os animais com intoxicação crônica recomenda-se o tratamento sintomático, que visa dar condições, quando possível, para que o animal resista ao quadro clínico apresentado.
A vacina deve ser aplicada em todo o rebanho, em duas etapas, com um mês de intervalo entre as mesmas. Recomenda-se que a primeira dose da vacina seja feita um mês antes das águas e da entrada do animal no confinamento. 
Mineralização do rebanho, pois a deficiência mineral é o principal responsável pelo hábito dos animais roerem ossos. A mistura mineral deve estar formulada para atender às necessidades da categoria animal para a qual será destinada, de acordo com as condições de solo e pastagens da propriedade. É importante também um correto esquema de distribuição, com cochos em quantidade suficiente (1 metro de cocho para 50 animais, no mínimo), de preferência cobertos ou em local de fácil acesso para os animais (próximos aos bebedouros, em áreas de descanso ou de maior pastejo). 
Eliminação das fontes de intoxicação, dando aos cadáveres um destino adequado: cremá-los e o que sobrar enterrar em local onde os bovinos não tenham acesso (longe de córregos e rios). Fazer um correto armazenamento do feno, da silagem e da ração, a fim de evitar material em decomposição. Evitar o consumo de águas rasas e paradas aos animais. Fazer inspeção e limpeza de bebedouros constantemente. 
Produto Vinculado: Botulina, Poli-Star.

Brucelose
A brucelose bovina é uma doença infecciosa de caráter crônico, causada pela Brucella abortus. É uma zoonose (doença que é transmitida dos animais para o homem) de distribuição mundial que afeta o sistema reprodutivo dos animais (bovinos, ovinos, caprinos, suínos, equinos e cães). 
Os principais meios de transmissão da doença são os alimentos contaminados com Brucella sp (pastos, rações, água) por líquidos e tecidos fetais de abortos. A transmissão, também, pode ocorrer pelo sêmen não tratado adequadamente de animal infectado.
A brucelose no homem é de caráter principalmente profissional, estando mais sujeitos a infectar-se as pessoas que trabalham diretamente com os animais infectados (tratadores, proprietários, veterinários) ou aqueles que trabalham com produtos de origem animal (funcionários de matadouros, laboratoristas).
No Brasil, a situação de brucelose não é diferente da maioria dos países. É uma doença endêmica que ocasiona perdas econômicas consideráveis ao produtor e à pecuária nacional. Estudos epidemiológicos e econômicos da doença são escassos, porém, há estimativas de que a doença em bovinos cause queda de 20 a 25% na produção de leite, 15% na produção de carne e 15% de perdas de bezerros por ano, decorrente dos abortamentos, sem contar as perdas genéticas e a desvalorização do rebanho. 
Deve-se suspeitar de brucelose em uma propriedade quando há ocorrência de aborto em vacas prenhes a partir do 6º mês de gestação. Outros sintomas ocorrem, como: nascimentos de bezerros fracos ou mortos, retenção de placenta, repetição de cio, metrite, aumento do intervalo entre partos, mastite atípica, infertilidade, queda na produção de leite, aumento de volume nas articulações e inflamação no ligamento da nuca. 
Nos touros, a brucelose causa aumento no tamanho de um ou dois testículos com inflamação, causando infertilidade e diminuição do apetite sexual. 
A legislação brasileira proíbe o tratamento de animais positivos para brucelose.
Para a prevenção da Brucelose bovina deve-se obedecer ao programa de vacinação de caráter obrigatório, com uma vacina elaborada com amostra viva atenuada B19 de Brucella abortus, e realizar testes sorológicos que levam ao diagnóstico da doença. 
De acordo com o estabelecido pelo Ministério da Agricultura e para cumprimento do PNCEBT, o programa de vacinação, deverá ser feito semestralmente, com duas campanhas anuais, cobrindo assim a maior parte dos nascimentos ocorridos durante o ano, vacinando as fêmeas entre 3 e 8 meses de idade. No Brasil, vacinam-se apenas bovinos.
Outras medidas de controle devem ser implantadas em uma propriedade, como: adquirir animais livres da infecção (teste negativo de brucelose). O ideal é adquirir animais apenas de rebanhos livres da doença; evitar o contato com animais de outras propriedades; descartar filhas de mães infectadas.
Produto vinculado: Brucelina B-19

Carbúnculo Sintomático
Carbúnculo sintomático é uma doença infecciosa endógena, conhecida também como "Manqueira", "Mal de Ano", "Peste de Ano", "Peste de Manqueira", "Quarto Inchado", que acomete principalmente animais jovens (de 6 meses a 2 anos de idade), geralmente bovinos e ovinos, mas também caprinos.
Pode acometer bovinos de até 3 anos de idade, não vacinados ou vacinados há muito tempo, transferidos de áreas onde a doença não ocorre para áreas contaminadas. Pode ocorrer, também, ocasionalmente em bezerros de 2-6 meses de idade. Tem como agente o Clostridium chauvoei presente no meio ambiente. Ele coloniza o intestino dos animais e espalha-se para o corpo através da circulação sanguínea, alojando-se na musculatura. A doença se desenvolve devido à ativação de esporos latentes na musculatura, associada a fatores como traumatismos musculares em geral. 
São altas as taxas de acometimento de bovinos em todo o Brasil e com elevada mortalidade, sendo comum a sua ocorrência após as chuvas. 
Doença que aparece rapidamente e mata, também sem demora, bovinos de até 2 anos de idade é sugestiva de carbúnculo sintomático, assim como a claudicação (manqueira) e a tumefação (inchaço) crepitante à palpação de grupos musculares, depressão, apatia e febre. O quadro clínico geralmente evolui para a morte do animal que pode acontecer em 1-2 dias. 
Os bovinos afetados podem ser tratados com altas doses de penicilina, mas como a doença tem um curso agudo, a maioria morre apesar do tratamento.
Vacinar todos os bezerros de 4-6 meses de idade anualmente. Quando se vacina animais antes de 6 meses de idade, uma segunda dose deve ser realizada 30 dias após a primeira.
Todos os animais que morreram acometidos por essa enfermidade devem ser retirados dos pastos, cremados com óleo diesel e madeira e os restos mortais enterrados profundamente para evitar a contaminação dos pastos e disseminação da doença. 
Produtos Vinculados: Monovacina, Poli-R, Poli-Star, Polivacina.

Ceratoconjuntivite Infecciosa Bovina (CIB)
A Ceratoconjuntivite Infecciosa Bovina, também conhecida por "olho branco", é a doença ocular mais importante dos bovinos. É causada por uma bactéria denominada Moraxella bovis.
Pode apresentar curso agudo, subagudo ou crônico, afetando apenas um ou ambos os olhos, caracterizada por conjuntivite, lacrimejamento e ceratite. 
Seus primeiros sinais são lacrimejamento intenso, com corrimento de líquido pela goteira lacrimal e fotofobia (aversão à luz), seguidos de opacidade no centro da córnea (mancha esbranquiçada) um a dois dias após, que pode evoluir até ulceração, ocasionando cegueira temporária ou permanente e ruptura da córnea. 
A CIB não é uma doença fatal, mas seu impacto econômico é enorme, decorrente da perda da visão, a qual é responsável pela perda de peso, redução na produção de leite, dificuldades de manejo e custo de tratamentos. 
O tratamento consiste na administração de antimicrobianos via parenteral ou em forma tópica no saco conjuntival. Para isso é necessário fazer um antibiograma para saber qual produto é mais efetivo. Esse tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível após o aparecimento dos sintomas, como forma de impedir as lesões irreparáveis da córnea. No início da lesão é recomendável a aplicação de corticosteroides juntamente com antibióticos de aplicação tópica no saco conjuntival diariamente, até a cura do animal.
O controle da doença deve ser realizado através de vacinas que contenham antígenos de fímbria e/ou impedimento da ação dos vetores (moscas). A vacina deve ser aplicada antes do aparecimento dos casos clínicos, em todos os animais do rebanho a partir dos 4 meses de idade. Nos animais primovacinados deve-se repetir uma segunda dose 21 dias após a primeira.

Coccidiose (ou Eimeriose)
A Coccidiose é uma doença parasitária causada por protozoários do gênero Eimeria sp., bastante frequente em ruminantes. É responsável por alterações gastrintestinais e morte, principalmente de animais jovens.
Observada com frequência no campo sendo, também, conhecida como “curso de sangue” ou diarreia vermelha. A Coccidiose em nosso meio apresenta-se de forma endêmica tanto nas explorações para produção de leite quanto nas de corte, sendo que o sistema de produção é um fator que influi diretamente sobre as características da doença, esperando-se uma maior frequência nos sistemas intensivos, principalmente de produção de leite.
Em bovinos, as duas principais espécies de Eimeria causadoras de diarreia são a Eimeria bovis e Eimeria zuernii, sendo essa última a mais frequente entre os bezerros.
A mortalidade causada pela Coccidiose é alta. 
A forma mais severa da Coccidiose é caracterizada por diarreia profusa, desidratação, perda de apetite, apatia e alta mortalidade. Em bezerros a doença se caracteriza por diarreia sanguinolenta, desidratação, perda de apetite, apatia e perda de peso. Nas infecções por E. zuernii podem ser observados sintomas nervosos.
A eficiência do tratamento depende do diagnóstico e de seu início rápido, antes que atinja um grande número de animais da propriedade.
Os tratamentos mais empregados e com melhores resultados são: sulfas, amprólio, decoquinato, antibióticos ionofóricos (monensina, salinomicina, lasalocida) e toltrazuril. 
A desidratação e a falta de minerais causadas pela perda de líquidos corporais são as principais razões que causam a morte dos bezerros. Por isso, a hidratação e a reposição dos eletrólitos são sempre os principais meios de tratamento. A hidratação oral pode ser utilizada em animais com uma pequena desidratação; nos casos mais severos, é necessária a hidratação intravenosa.
A prevenção da Coccidiose é feita por meio da adoção de medidas sanitárias e de manejo, e pelo uso preventivo de anticoccídios.
As medidas sanitárias visam impedir ou diminuir a ingestão de oocistos esporulados pelos ruminantes. Os animais devem ficar em instalações limpas e secas, separados de acordo com a idade e, sempre que possível, evitar grandes concentrações em pequenas áreas por longos períodos.
Produto Vinculado: Antidiarréico.

Diarréia Viral Bovina (BVD)
A diarreia viral bovina (BVD - Bovine Viral Diarrhea) é uma enfermidade dos bovinos, e também de outros ruminantes, que causa grandes perdas econômicas nos rebanhos de corte e, principalmente, de leite de todas as idades. Ela age deprimindo o sistema imunológico do animal afetado, dando condições para que outras doenças se instalem e se disseminem no rebanho.
Por apresentar distribuição geográfica mundial, cerca de 50 a 90% da população bovina adulta apresenta anticorpos no soro sanguíneo contra o vírus da BVD. Por isto, teoricamente, acredita-se que todos os rebanhos bovinos estejam infectados e a prevalência de anticorpos em animais adultos está em torno de 60%.
O vírus da BVD frequentemente infecta as membranas mucosas do nariz e boca.
Muitos animais portadores do vírus da BVD não apresentam sinais da infecção, embora eliminem, intermitentemente, o vírus. Esses ruminantes podem continuar a eliminar os vírus por períodos prolongados e, acredita-se que sejam os principais responsáveis pela disseminação e persistência do vírus em um rebanho. 
Aborto e defeitos ao nascimento são os mais importantes problemas econômicos que ocorrem em tais animais.
Por estarem aparentemente sadios, esses animais podem ser identificados somente quando ocorrer um surto da doença ou através da realização de um diagnóstico laboratorial com amostras de sangue. A súbita ocorrência anormal da doença frequentemente está associada com o estresse, que pode ser o fator desencadeante de uma epidemia.
A via de eliminação é ampla, envolvendo descarga nasal, saliva, sêmen, fezes, urina, lágrima e leite. 
A transmissão pode ocorrer tanto por contato direto entre animais como pelo contato indireto por meio de água, alimentos, agulhas contaminadas etc.
O vírus pode atingir o feto atravessando a placenta, através da circulação sanguínea materna, e causar aborto.
Infecções pós-natal de animais imunocompetentes são atualmente denominadas de BVD aguda, em que se pode ou não observar os sinais clássicos descritos. Usualmente estas infecções são pouco manifestadas, mas causam prejuízos à fertilidade dos animais. Recentemente têm sido relatados casos de BVD aguda com severas manifestações clínicas. Entre bezerros algumas das amostras virais isoladas causam um quadro denominado de síndrome hemorrágica. 
Doença das Mucosas: Esta infecção fetal com imunotolerância pode ter vários cursos, inclusive o nascimento de animais persistentemente infectados (PI) que, eventualmente, podem chegar até a fase adulta sem manifestações clínicas, com incapacidade de produzir anticorpos contra o BVDV, eliminando grandes quantidades de vírus.
Animais PI têm seu desenvolvimento retardado e normalmente morrem mais cedo em função de infecções secundárias. Todavia, tais animais podem eventualmente sobreviver até a idade reprodutiva e gerar animais também persistentemente infectados.
Não existe tratamento efetivo para essa doença.
O fator de maior preponderância para o controle da enfermidade constitui-se na identificação e eliminação dos animais persistentemente infectados, pelo fato dos mesmos serem os mais efetivos disseminadores da doença em um plantel.
Vacinas inativadas ou de vírus vivo modificado têm sido amplamente utilizadas para a imunoprofilaxia da BVD. Face à importância da infecção fetal nos prejuízos causados pelo BVD, a obtenção da imunidade fetal constitui um dos objetivos de grande importância das vacinas.
As vacinas atenuadas são consideradas seguras inclusive para o uso em vacas prenhes, entretanto a imunidade fetal é de curta duração, especialmente para amostras heterólogas do vírus. Induzem proteção mais ampla e mais duradoura, mas podem causar danos ao feto, incluindo a formação de animais PI. 
Caso um biotipo citopatogênico seja empregado na produção de vacina, o mesmo pode induzir a doença das mucosas, se aplicado em animais PI. 
A vacinação anual é recomendada tanto para vacinas inativadas como para as atenuadas.
Produto Vinculado: Poliguard, Fertiguard Selenium Max.

Encefalite por Herpesvírus Bovino - Tipo 5
O Herpesvírus bovino tipo 5 (BHV-5) é o agente causador da encefalite por herpesvírus em bovinos. A enfermidade pode ser confundida com polioencefalomalácia, intoxicação pelo chumbo e outros agentes que conduzam a sinais clínicos do sistema nervoso central.
O BHV-5 acomete bovinos de 6 meses à 5 anos. Os sinais clínicos são exclusivamente nervosos, com morbidade variando de 0,05% a 5% e letalidade próxima a 100%.
Os sinais clínicos são: depressão, afastamento do rebanho, ataxia, andar em círculos, cegueira aparente, salivação excessiva, convulsões ocasionais, ranger de dentes, corrimento nasal, paralisia da língua, agressividade, decúbito esternal, decúbito lateral, coma e morte entre um e seis dias.
Os sinais clínicos são comuns a diversas patologias, como raiva, listeriose, polioencefalomalácia, intoxicação por NaCl e etc. O diagnóstico pelos achados clínicos e anatomopatológicos são inconclusivos. Considerando que as encefalites são clinicamente confundíveis, há necessidade de dispor de técnicas laboratoriais específicas para o diagnóstico diferencial.
Não existe método comprovadamente eficaz para prevenir ou tratar a encefalite causada pelo BHV-5. O isolamento dos animais doentes tem eficiência limitada, uma vez que, devido à infecção latente, todos os animais soropositivos devem ser considerados potenciais fontes de infecção.

Enterotoxemia
É uma doença de bovinos, ovinos e caprinos, de alta mortalidade, causada pelas toxinas da bactéria Clostridium perfringens tipo D, também conhecida como Doença de Rim Polposo. Afeta principalmente animais de 3-10 dias de idade, e merece destaque pela capacidade de provocar morte. 
Em bovinos, a Enterotoxemia pode ser causada pelos Clostridium perfringens tipos A, B, C, e D e afeta ocasionalmente bezerros jovens, de 5-20 dias de idade. 
A doença acontece quando há proliferação dessa bactéria no intestino com formação de toxinas, devido às condições especiais de alimentação como: alta ingestão de leite ou pastagens verdes de alta qualidade e, em animais confinados, pela ingestão de grandes quantidades de concentrados.
É uma doença que mata muito rápido, em torno de 2-8 horas, por isso dificilmente observam-se sinais clínicos. Quando esses sinais são observados eles são relacionados ao sistema nervoso caracterizados por marcada depressão, opistótono (pescoço duro e voltado para trás), movimentos de pedalagem, coma e morte.
Não há tempo para realizar o tratamento.
Vacinar todo o gado com vacinas polivalentes. Nos animais jovens a primeira dose deve ser aos 2 meses de idade e a segunda dose 30 dias após a primeira, com revacinação anual.
Em casos de surtos, diminuir a quantidade de alimentos fornecidos, colocando os animais em áreas com menor disponibilidade de forragens por um período de 30 dias após a aplicação da vacina.
Produtos Vinculados: Poli-R, Poli-Star.

Febre Aftosa
É uma doença infectocontagiosa de notificação obrigatória. No Brasil é causada pelos vírus “A”, “O” e “C”, os quais se espalham facilmente e rapidamente, ultrapassando barreiras geográficas. Acomete todos os animais domésticos biungulados (duas unhas): bovinos, ovinos, caprinos e bubalinos, além dos animais selvagens, como: veados, capivaras, porcos do mato, etc. 
É transmitida através de: contato direto de animais sãos com os animais doentes; utensílios contaminados (mãos, roupas, calçados, baldes, cordas, cabrestos, etc.); veículos que transportam animais; água contaminada; cochos e pastos que foram utilizados por animais doentes. A saliva de animais doentes não é a única fonte de vírus para o ambiente, mas com certeza é a mais potente. 
Suas consequências são desastrosas para todos, pois ocorre diminuição da produção e produtividade na ordem de 25%, abate de todos os animais na área de foco (doentes e sadios), fechamento das exportações de animais e de todos os produtos e subprodutos de origem animal.
As vacinas produzidas no Brasil passam por um controle rígido do governo e dos laboratórios. Em busca da qualidade das vacinas, os laboratórios fizeram com que os pecuaristas tivessem à disposição as vacinas mais cuidadosamente produzidas no mundo. O importante é aplicá-las e aplicá-las corretamente.
O animal doente apresenta-se abatido, com febre, pelos arrepiados e feridas (aftas) na língua, gengivas, úbere e entre as unhas, baba muito e tem dificuldade para se alimentar.
Não existe tratamento para a febre aftosa. Onde ela ocorre, os animais da propriedade afetada e no seu entorno deverão ser sacrificados, tanto os doentes como os sadios.
O combate à aftosa é uma questão de consciência. A erradicação na sua propriedade e no país vai acontecer quando duas medidas básicas se tornarem automáticas: vacinação e vigilância sanitária.
Esquema de vacinação: 
• 1ª DOSE: realizar a primeira dose até os 4 meses de idade. 
• 2ª DOSE: reforço 90 dias após a 1ª dose.
• Revacinar todos os animais a cada 6 meses. 
Outros esquemas de vacinação poderão ser adotados a critério das autoridades sanitárias e sob a responsabilidade delas. A Vigilância Sanitária é uma função do governo, mas na realidade a responsabilidade é rigorosamente de todos. 
Quando o assunto é febre aftosa não adianta apenas saber da época da campanha de vacinação. É preciso participar, estimular os vizinhos, cooperar com o governo vacinando todo o rebanho e colocando em prática as normas sanitárias.
Respeite os controles de fronteiras, não entre no “conto da nota fria”, não jogue vacina fora e não deixe de vacinar. O país agradece e você leva o lucro.
Produto vinculado: Bovicel.

Febre Catarral Malígna
A febre catarral maligna (FCM) é uma doença infecciosa viral que afeta principalmente bovinos e veados, apresentando alta mortalidade. O agente etiológico pertence à família Herpesviridae, subfamília Gammaherpesvirinae.
Uma característica epidemiológica importante da doença é que ela ocorre quando há ovinos, gnus e provavelmente outros ruminantes selvagens em contato com bovinos. O diagnóstico é feito pelos dados epidemiológicos, sinais clínicos e lesões observadas na necropsia.
Na maioria das vezes a FCM ocorre de forma esporádica com poucos animais afetados, mas podem ocorrer em surtos afetando até 50% do rebanho.
O período de incubação em bovinos varia de 3 a 10 semanas. Os sinais clínicos incluem: febre; corrimento nasal e ocular mucopurulento; opacidade bilateral de córnea; sialorréia; diarreia; erosões e ulcerações em várias mucosas; linfadenopatia; dermatite e distúrbios neurológicos como incoordenação, agressividade, tremores musculares, decúbito esternal evoluindo para lateral permanente, opistótono, movimentos de pedalagem, apatia e depressão. 
Não se conhece medida eficiente de tratamento. Em casos de surtos, devem ser isolados os animais doentes.

Hemoglobinúria Bacilar (HB)
Doença infecciosa de bovinos e, muito raramente, de ovinos. Acomete geralmente animais adultos e é causada pela bactéria Clostridium haemolyticum, antigamente conhecida como Clostridium novyi tipo D. Ela só ocorre quando essa bactéria está alojada no fígado e este sofre lesão, dando condições de falta de oxigenação, fazendo com que haja multiplicação com produção de toxinas, as quais caem na corrente sanguínea desencadeando a doença.
Geralmente acomete animais que vivem em áreas alagadiças ou muito úmidas, onde existe a presença de um parasito chamado Fasciola hepatica que, na sua forma larvária, migra pelo fígado, causando lesões nesse órgão. 
Nas áreas onde não existe a F. hepatica, a doença pode ocorrer de forma isolada, em consequência de lesão no fígado causada por outros parasitos, plantas tóxicas ou outras causas de lesão desse órgão.
Animais que adoecem de forma rápida e morrem em 12-24 horas ou são encontrados mortos, provenientes de áreas alagadiças com presença de Fasciola hepatica podem estar acometidos pela HB. 
Quando se consegue ver um animal doente, observa-se perda de apetite, depressão, dificuldade de locomoção, tremores musculares, urina e fezes de cor escura.
Embora seja uma doença que mata rápido, o uso de penicilinas em altas doses no início de sua ocorrência pode recuperar o animal acometido.
A prevenção é feita através de vacinação de todo o rebanho que vive em regiões onde existe a Fascíola hepática, ou seja, áreas endêmicas, concentrando essa vacinação nos meses antes da previsão da ocorrência dos surtos. Nos animais que vão receber a vacina pela primeira vez, deve ser realizada uma segunda dose 30 dias após a primeira, com revacinação anual em todos os animais acima de 4 meses de idade.
É preciso realizar a vacinação correta de todos os animais que vivem nessas áreas alagadiças.

Língua Azul
A Língua Azul (LA) é uma doença viral, não contagiosa, que afeta ruminantes domésticos e selvagens e tem como vetores os dípteros do gênero Culicoides. Esta enfermidade foi descrita pela primeira vez na África do Sul, em 1876, e apenas em 1902 foi detalhada por Hutchen, recebendo o nome de “Epizootia catarral das ovelhas”. Neste mesmo ano, acabou recebendo o atual nome, devido à coloração roxa escura ou azulada, observada na língua e na mucosa oral dos animais infectados. No ano de 1906, foi demonstrado que esta doença é causada por um vírus.
A incidência desta enfermidade é muito variável. A taxa de mortalidade e o grau de severidade dos sinais clínicos dependem da espécie em questão, da raça e da idade do animal, do seu estado imunológico e do sorotipo infectante. Nos bovinos a morbidade é extremamente baixa, mas há perdas indiretas, assim como há para ovinos também relacionados à queda no desempenho reprodutivo, abortos, diminuição da condição corporal e diminuição da produção leiteira.
Quando a espécie bovina apresenta sinais clínicos, estes são: febre; inapetência; salivação; edema dos lábios; edema nas patas; manqueira; corrimento nasal com lesões ulcerativas da língua e cavidade oral; hiperemia ou cianose nos lábios, língua ou focinho; excessiva salivação; lacrimejamento; hálito fétido. Nos touros, a infecção aguda esta relacionada com infertilidade passageira.
O diagnóstico clínico, com exceção da forma clássica e grave, pode ser muito complicado em consequência da dificuldade do reconhecimento desta doença a campo. O tratamento é feito com irrigações locais com desinfetantes suaves, apenas para proporcionar alívio.
As medidas preventivas baseiam-se na ação sobre o vetor, na vacinação e nas barreiras criadas para evitar a movimentação de animais, de sêmen, óvulos e embriões contaminados. A redução da exposição ao vetor pode ser feita através de pulverizações de repelentes e inseticidas nos animais, embora não seja muito eficaz.
A vacinação é o procedimento considerado de controle satisfatório. Não elimina a infecção, mas mantêm níveis muito baixo de perdas, desde que a imunidade de todas as cepas locais seja atingida. Estas são feitas com cepas de vírus polivalentes atenuados e causam leves reações. No entanto, as ovelhas não devem ser vacinadas quando prenhes, pois pode levar a deformações dos cordeiros ou morte embrionária.

Listeriose
Listeriose é uma doença causada pela bactéria Listeria monocytogenes, e que pode ser veiculada pelos alimentos. Acomete diversas espécies animais, inclusive o homem, porém ruminantes parecem ser mais suscetíveis. Os principais reservatórios da L. monocytogenes são o solo e a água, que podem contaminar os alimentos, porém esta bactéria também pode ser encontrada nas plantas, na silagem e em outros alimentos, paredes e pisos de instalações e fezes. 
Dois quadros distintos são típicos da infecção pela bactéria Listeria monocytogenes: um com características neurológicas (meningoencefalite) e outro em que ocorre aborto, metrite, presença de abscessos no fígado, baço e em outras vísceras.
A doença na forma nervosa é observada esporadicamente em bovinos, ovinos e bubalinos a campo e, em alguns casos, quando animais estão recebendo silagem. 
A forma nervosa em ruminantes caracteriza-se por andar em círculo, incoordenação e quedas frequentes; desvio lateral da cabeça e do corpo; orelhas, lábios e pálpebras superiores caídas; salivação; dificuldade de apreensão, mastigação e deglutição dos alimentos; depressão e morte.
O diagnóstico é feito pelos sinais e sintomas clínicos, dados epidemiológicos e exames laboratoriais com isolamento da bactéria.
Podem ser usados de maneira eficaz os antibióticos de amplo espectro, como as tetraciclinas e penicilinas. A administração de água e soro é necessária em animais que apresentam dificuldade para comer e beber. Os animais em tratamento devem ser mantidos isolados em lugares frescos e devem ser evitados os manejos. 
Não administrar dietas compostas exclusivamente de silagem aos animais. Para os animais de campo que serão alimentados com silagem durante a seca, deve ser realizada uma adaptação através do aumento gradual da quantidade fornecida. 
Evitar a administração de silagens de baixa qualidade, separando as partes pouco fermentadas ou que entraram em contato com o ar e apresentam-se deterioradas.
Produtos vinculados: Antidiarréico, Rumefort.

Neosporose
A Neosporose é causada por um parasito chamado Neospora caninum, que tem como hospedeiro o cão, figura comum nas fazendas. As fezes de cães infectados podem contaminar água e alimentos dos bovinos. 
Nas vacas contaminadas, o protozoário pode induzir abortos a partir do segundo mês de gestação, afetando o desfrute do rebanho. Existe a suposição de que as vacas também podem se infectar por meio de ingestão da placenta ou líquidos do aborto contaminados.
As vacas infectadas, geralmente são portadoras assintomáticas. Os abortos se concentram a partir do terceiro mês de gestação até o momento próximo ao parto; também podem ocorrer mumificações, mortes no útero seguidas de absorções e natimortos. Os bezerros que nascem vivos podem ter sinais clínicos de paralisia, baixo crescimento e baixo ganho de peso. Também podem estar infectados no útero, mas sem sinais clínicos, fato que contribui para persistência e disseminação crônica da doença no rebanho. 
A variação das manifestações clínicas depende da idade do feto, do estágio de desenvolvimento do sistema imune, tempo de exposição ao parasito e distribuição das lesões no SNC. Os sintomas nervosos são decorrentes da destruição de grande número de células dos nervos craniais e espinhais, o que afeta a condutividade. Miosites e deformidades dos membros são devido à degeneração muscular. A morte do feto provavelmente ocorre devido à miocardite.
O parasito pode ser encontrado em vários tecidos, principalmente no cérebro das espécies infectadas, como bovinos, cães, ovinos, equinos e caprinos. 
A Neosporose pode ser diagnosticada a partir de casos de aborto. Um teste sorológico positivo indica exposição, mas não necessariamente infecção. O diagnóstico diferencial para aborto deve incluir Diarreia Bovina a Vírus (BVD), Rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR), Leptospirose e Brucelose.
Para confirmar se o aborto foi causado por N. caninum, o parasito deve ser encontrado nos tecidos fetais. O isolamento e cultura do agente também confirmam a presença de Neospora caninum. 
No caso de transferência de embrião, usar somente receptoras soronegativas; redução da exposição de cães a tecidos infectados como placenta, fetos abortados; remoção de fetos, crias mortas e placentas dos hospedeiros definitivos das pastagens; reduzir o número de cães em contato com o rebanho; cobrir os alimentos; enviar ao laboratório fetos abortados e placenta para diagnosticar a causa do aborto e fazer a sorologia do rebanho.
Não existe tratamento para Neosporose bovina até o momento.

Papilomatose
A Papilomatose é uma doença infecciosa e contagiosa, causada por um vírus e caracterizada pela presença de lesões tumorais que ocorrem na pele, mucosas e em alguns órgãos. Acomete muitas espécies de mamíferos e aves.
É conhecida também como "Verruga", "Figueira", "Verrucose", "Fibropapilomatose" e "Epitelioma Contagioso". Pode ser transmitida por contato direto de animal para animal através de abrasões da pele, vetores mecânicos (moscas, carrapatos) e fômites contaminados (arame de cercas, cordas, laços, arreio, peias, tatuador, alicate brincador e agulhas). 
Inicia-se pelo aparecimento de pequenos nódulos com aspecto de couve-flor, principalmente nas regiões da cabeça, abdômen, pescoço e úbere, podendo estar em todo o corpo.
À medida que vão crescendo apresentam tamanhos variados com coloração cinza ou negra que se prendem à pele por uma base estreita ou pedúnculo. 
Uma variedade de produtos químicos (locais ou sistêmicos) é utilizada, porém, todos com eficácia duvidosa. Quando o número de verrugas é pequeno, o tratamento através da retirada cirúrgica é o ideal. 
O uso de autovacina (formulada com os papilomas do próprio animal) é eficaz em alguns casos, e nessa doença, a vacina é usada como tratamento e não prevenção. 
Embora seja difícil detectar o momento da infecção, assim que o fizer, os animais afetados devem ser separados dos animais suscetíveis. Os equipamentos de uso comum devem ser esterilizados e desinfetados após utilização em animais doentes.

Raiva
A raiva é uma doença que não tem cura: mata. Acomete todos os mamíferos domésticos e silvestres, inclusive o homem.
A raiva dos herbívoros é responsável por enormes prejuízos econômicos diretos. Na América Latina, o prejuízo é da ordem de 30 milhões de dólares/ano, sendo que no Brasil este valor se aproxima de 15 milhões de dólares, com a morte de cerca de 40.000 cabeças bovinas. Os prejuízos indiretos, no Brasil, estão calculados em 22,5 milhões de dólares.
O principal transmissor da raiva para os herbívoros é o morcego hematófago Desmodus rotundus (vampiro). Todo morcego hematófago se alimenta de sangue, mas somente o morcego infectado com o vírus da raiva é que transmite a doença através de sua eliminação pela saliva quando se alimenta. O vírus invade as células do sistema nervoso através da inervação periférica, caminha até o sistema nervoso central (cérebro) e daí para os órgãos do animal infectado.
Passando o período de incubação, que varia de 30 a 150 dias, em média, podem surgir diferentes sinais de raiva, sendo a paralítica a mais comum. Pode ocorrer também a forma furiosa, quando o animal acometido ataca outros animais ou procura investir contra seres humanos.
Quando se trata de raiva transmitida por morcegos, não foram observadas diferenças acentuadas entre as manifestações clínicas nos bovinos, equinos, asininos, muares e outros animais domésticos de importância econômica como caprinos, ovinos e suínos. O sinal inicial é o isolamento do animal, pois este se afasta do rebanho, apresentando certa apatia e perda do apetite. Pode apresentar-se de cabeça baixa e indiferente ao que se passa ao seu redor. Seguem-se outros sinais como aumento da sensibilidade e prurido (coceira) na região da mordedura, mugido constante, tenesmo (dificuldade para defecar e urinar), excitabilidade, aumento da libido, salivação abundante e viscosa e dificuldade para engolir (o que sugere que o animal esteja engasgado). 
Com a evolução da doença, os animais apresentam movimentos desordenados da cabeça, tremores musculares e ranger de dentes, midríase com ausência de reflexo pupilar, incoordenação motora, andar cambaleante e contrações musculares involuntárias. 
Após entrar em decúbito, o animal não consegue mais se levantar e ocorre o aparecimento de movimentos de pedalar dos membros anteriores e posteriores, dificuldades respiratórias, opistótono (cabeça voltada para trás), asfixia e morte. Esta última ocorre, geralmente, entre 2 a 6 dias após o início dos sinais, podendo prolongar-se em alguns casos, por até 10 dias. 
Uma vez iniciados os sinais clínicos da raiva, nada mais resta a fazer, a não ser isolar o animal e esperar pela sua morte, ou sacrificá-lo na fase agônica. Como os sinais podem ser confundidos com outras doenças do sistema nervoso, é importantíssimo que seja feito o diagnóstico laboratorial. Este é altamente necessário, porém, pelo histórico da existência de morcegos hematófagos na região, a não vacinação e a ocorrência da doença em todas as categorias animais e em espécies diferentes (bovinos, equinos...), podem levar a uma suspeita de raiva.
A manipulação da carcaça de um animal raivoso oferece risco elevado. Deve-se ter extrema cautela ao lidar com animais suspeitos, pois pode haver perigo quando pessoas não preparadas manipulam a cabeça e o cérebro ou introduzem a mão na boca dos animais, na tentativa de desengasgá-los. Caso isso ocorra, deve-se procurar imediatamente um Centro de Saúde para atendimento.
Quando se suspeita de raiva em um animal é indispensável recorrer a um veterinário para a realização de uma necropsia e coleta de material para exames laboratoriais e confirmação da doença. O principal material para envio ao laboratório é o cérebro dos animais suspeitos (fragmentos de: cérebro, cerebelo, tronco encefálico e medula espinhal) parte refrigerado e parte em formol a 10%. Esse material deve ser enviado em um recipiente bem selado dentro de um isopor hermeticamente fechado e identificado.
Não existe nenhum tratamento efetivo para a raiva.
Para o adequado controle da raiva dos herbívoros, três medidas devem ser sistematicamente adotadas: vacinação dos animais, controle populacional do morcego hematófago e atendimento de foco.
- Vacinação
O animal deve estar saudável no momento da vacinação para que outros processos metabólicos e patogênicos não interfiram na resposta imunológica. Os cuidados de vacinação devem ser adequados quanto à via de aplicação, dose, conservação da vacina, tanto no momento da vacinação como desde a sua produção.
- Controle da população de morcegos Hematófagos.
As condições de meio ambiente existentes no Brasil vêm favorecendo o aumento da população de morcegos hematófagos.
Considerando a circulação do vírus da raiva entre as populações de quirópteros (ciclo aéreo da raiva), e a importância do morcego hematófago na epidemiologia desta doença nos herbívoros, medidas criteriosas e efetivas de controle devem ser seguidas.
Atualmente, as medidas oficiais de controle adotadas baseiam-se no uso da pasta vampiricida (à base de substâncias anticoagulantes), seja nos morcegos hematófagos ou nas mordeduras nos animais agredidos e no uso do mesmo anticoagulante na forma de gel pour-on (ao longo do dorso do animal) em todos os animais do rebanho.
- Atendimento de focos
Quando há comunicação de um caso suspeito de raiva em herbívoros, deve ser feita uma visita à propriedade e entrevistas com as pessoas ali residentes e/ou presentes, para que se conheçam pormenores da ocorrência da raiva. Devem ser feitos também a avaliação da sintomatologia dos animais suspeitos e exames clínicos de todos os animais do rebanho que estejam apresentando sintomas. A colheita de material para exame laboratorial também é indispensável. Somente exame laboratorial pode confirmar ou descartar o diagnóstico clínico.
Rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR)
A Rinotraqueíte infecciosa bovina é uma doença viral causada pelo herpesvírus bovino tipo 1 (BHV-1). A IBR possui distribuição mundial e infecta bovinos e alguns ruminantes selvagens. O diagnóstico é feito através do isolamento do agente e sorologia.
Essa virose está presente em plantéis bovinos de praticamente todo o mundo. A taxa de animais positivos varia muito de uma região para outra, dependendo também do tipo de exploração pecuária realizado na propriedade (confinamento, extensiva, leiteira e corte). Quanto maior o contato entre os animais, maior é o contágio.
No Brasil, os levantamentos sorológicos já mostram uma frequência alta nos rebanhos, tanto de leite como de carne.
A principal fonte de contágio são gotículas expelidas pela tosse, secreções nasais, oculares, vaginais, sêmen e líquidos e tecidos fetais. Pode ser transmitido por aerosol, monta natural, inseminação artificial e contato vulva-focinho. Como todo herpesvírus, o vírus da IBR permanece latente nos animais que se recuperam da doença, que poderão voltar a eliminar o vírus no ambiente e podem apresentar novamente os sintomas em casos de diminuição da resistência (causada por estresse, transporte, infestação parasitária e outras doenças, parto...). Isso é chamado de reativação viral. A forma mais comum de contágio em rebanhos livres é a entrada de animais com o vírus na forma latente.
Bovinos de todas as idades podem ser afetados. Vários são os sintomas da IBR, que podem ocorrer separadamente ou simultaneamente:
- Forma respiratória: depressão, redução do apetite, febre, narinas congestionadas, corrimento nasal, erosões e úlceras com restos de tecidos necróticos, tosse e sialorréia (baba) espumosa.
- Forma conjuntival: corrimento ocular inicialmente claro e posteriormente com muco purulento; às vezes, ocorrem resíduos brancos necróticos nos olhos.
- Forma genital: ocorre tanto em vacas quanto em touros. Nas vacas, os sintomas são de incontinência urinária, cauda constantemente levantada, corrimento vaginal, vulva inchada, erosões e úlceras na mucosa, placas de material necrótico na vulva. Nos touros os mesmos sintomas são encontrados no pênis e prepúcio.
- Aborto: os abortos são frequentes. Qualquer uma dessas formas acima citadas podem levar ao aborto. Além do aborto pode ocorrer nascimento de bezerros mortos ou fracos.
- Diarreia em bezerros – este sintoma pode levar à desidratação e morte do animal.
- Outros sintomas: ocorre também depressão, apatia e queda na produção.
O diagnóstico da doença pode ser confirmado por exames laboratoriais. O vírus pode ser isolado em amostras de secreção nasal, da placenta e/ou fígado, rins e adrenais do feto. É necessário utilizar como método de diagnóstico complementar o teste de sorologia pareada da mãe.
Como as outras infecções virais, não há tratamento antimicrobiano para a IBR. Os antibióticos de largo espectro só devem ser usados pela prescrição de um veterinário, para prevenir perdas por infecções bacterianas secundárias que acabam aparecendo por causa da queda de resistência do organismo.
A vacinação contra a Rinotraqueíte Infecciosa Bovina é no momento a melhor opção para reverter os prejuízos causados por esta doença. Há disponíveis diferentes tipos de vacinas que serão aplicadas, uma vez realizado o diagnóstico clínico-laboratorial ou a partir de um programa sanitário pré-estabelecido. 
A imunidade passiva de anticorpos maternos transmitidos através do colostro fornece resistência ao bezerro durante os primeiros 30 a 45 dias. Logo são necessárias a vacinação e revacinação para elevar o nível de anticorpos acima do nível de desafio. Às vezes, o momento de menor proteção pode coincidir com o de maior desafio, por exemplo, desmame precoce.
A recomendação de manejo não é somente aumentar a proteção dos animais, mas também diminuir o desafio evitando todas aquelas situações que aumentem o contágio e o estresse.
É importante considerar que as vacinas que hoje podemos utilizar não protegem o plantel da infecção, mas sim das manifestações clínicas da doença e de seus prejuízos econômicos.
Produto Vinculado: Poliguard, Fetiguard Selenium Max.

Tétano
É uma doença infecciosa, não contagiosa, altamente fatal, causada pela toxina de uma bactéria chamada Clostridium tetani, que entra no organismo através de uma lesão prévia. É caracterizada por rigidez muscular (tetania), podendo levar à morte por parada respiratória ou cardíaca.
Acomete todos os animais de sangue quente, inclusive o homem. Pelo fato da doença, na maior parte dos casos, ser causada por contaminação de ferimentos (na pele e nas mucosas) por terra, é também chamada de “Doença Telúrica”, ou seja, originária da terra. 
Ao penetrar através de um ferimento ou solução de continuidade da pele em um animal suscetível, o microrganismo permanece aguardando o momento em que ocorre a cicatrização, fechando o ferimento, criando então um ambiente de anaerobiose (ausência de O2) para se transformar em sua forma vegetativa. É nessa fase que tem início a secreção e liberação da potente toxina (veneno) pelo germe, sendo essa a responsável pelo desencadeamento dos sintomas da doença, a qual é denominada de Toxina Tetânica. Entre as toxinas mais potentes conhecidas, a tetânica só é superada pela Toxina Botulínica, secretada também por outro germe do mesmo grupo, o Clostridium botulinum.
Pode ocorrer em animais de qualquer idade e sexo. Em animais recém-nascidos, a doença ocorre geralmente pela contaminação do umbigo pelo C. tetani. Em humanos, antigamente, era a doença conhecida como “Mal dos Sete Dias”.
Os sinais clínicos ocorrem uma a três semanas após a infecção bacteriana. Em bovinos e ovinos os casos ocorrem após manejo como castração, descorna, tosa ou remoção da cauda, por falta de cuidados higiênicos. 
Os animais apresentam andar rígido com, os membros em forma de cavalete tremores musculares, trismo mandibular (impossibilidade de abrir a boca), prolapso da terceira pálpebra, rigidez da cauda, orelhas eretas (orelhas entesouradas, animal em estado de alerta), hiperestesia, rigidez dos músculos da face e dificuldade ou impossibilidade para defecar e urinar. Podem ocorrer convulsões, inicialmente quando há estímulo por qualquer barulho e, posteriormente, de forma espontânea. 
O diagnóstico de tétano é realizado, essencialmente, pelo exame clínico, pelos sintomas e pelos dados epidemiológicos (história recente de lesão acidental ou cirúrgica). 
Ao iniciar a doença deve ser administrado soro antitetânico na dose 100.000 UI por via intravenosa, repetindo quando necessário. Fornecer alimentação líquida e de fácil deglutição. Conservar o animal em abrigo isolado, escuro e sossegado.
Fazer drenagem e limpeza dos ferimentos com água oxigenada, infiltração de Penicilina G em torno da ferida e administração intramuscular de Penicilina G Potássica na dose de 25.000 UI/kg de peso, duas vezes ao dia até a cura do animal. 
Fazer o uso de produtos relaxantes musculares.

Tricomonose Bovina
A Tricomonose Bovina é uma doença infecciosa sexualmente transmissível (venérea) de bovinos, causada por um protozoário denominado Tritrichomonas foetus, cujo habitat é o trato genital de bovinos, sendo transmitido do macho para a fêmea através da monta ou pelo uso de sêmen contaminado.
É responsável pela infertilidade caracterizada por infecções no trato genital, provocando aborto nas fêmeas e infecção assintomática (tricomoníase) nos machos, sendo esta última, a fonte de infecção durante sua vida reprodutiva. 
É uma doença que se encontra praticamente erradicada em vários países que utilizam intensamente a inseminação artificial, contudo, ainda ocorre de forma endêmica em regiões onde o controle sanitário é deficiente ou o sistema de produção é extensivo com utilização de monta natural.
A presença da tricomonose em um rebanho pode ser percebida através da ocorrência de uma redução de 20-40% de prenhez, taxa de natalidade menor que a esperada e uma estação de nascimentos prolongada.
A doença, no entanto, não tem sinais clínicos característicos, portanto o diagnóstico deve ser laboratorial, pela observação do parasito em secreções vaginais, placenta, líquido abomasal de fetos abortados, líquidos de piometra e, principalmente, em esmegma prepucial de touros. A infecção não impede a fêmea de conceber, mas impede que o embrião se fixe na mucosa uterina, seguindo-se a morte do mesmo com reabsorção embrionária ou aborto. 
Como o tratamento de fêmeas infectadas é praticamente ineficaz, aconselha-se o descanso sexual. A estação de monta favorece em muito para que a doença seja reprimida. As novilhas e vacas se recuperam após um período de 4 a 5 meses de repouso sexual.
A utilização de machos sadios ou sêmen comprovadamente negativo são primordiais para a eliminação da doença no rebanho. 
Em vacas com piometra pode-se utilizar prostaglandina para a eliminação da secreção purulenta. 
Os machos infectados devem ser descartados, pois são portadores assintomáticos, prejudicando o controle e a erradicação da doença.
Alguns técnicos indicam o tratamento medicamentoso, porém os resultados não são seguros, possuem custos altos e são demasiadamente variáveis.
Vários métodos podem ser utilizados para o controle da Tricomonose em rebanhos, sendo todos baseados na segregação de touros e fêmeas positivos.
O impacto econômico da infecção pelo Tritrichomonas foetus pode ser profundo, representado pelo descarte e reposição de animais inférteis (fêmeas repetidoras de cio, que abortam constantemente e touros infectados), custo do sêmen e pela redução no número de bezerros nascidos devido à reabsorção embrionária e abortos. Em rebanhos leiteiros, esses fatores provocam uma grande redução na produção de leite pelo alongamento do intervalo de partos. A combinação dessas perdas pode resultar na diminuição de 5 a 35% no retorno econômico, por vaca, em rebanhos infectados com T. foetus.
O agente da Tricomonose bovina foi observado pela primeira vez por Kunstler (1888) em vagina de vaca na França, e posteriormente, por Mazzanti (1900) no trato genital de fêmeas na Itália, que o denominou. Em 1944, o protozoário foi isolado do abomaso de um feto de sete meses de idade, na Alemanha. Até essa data, os casos de aborto eram creditados à brucelose bovina.
No Brasil, a primeira referência sobre a tricomonose bovina (TB) se deve a Roehe (1948) no estado do Rio Grande do Sul, que encontrou o protozoário no sêmen de touros utilizados na inseminação artificial (IA).

Tristeza Parasitária Bovina
A Tristeza Parasitária Bovina (TPB) é uma doença infecciosa e parasitária dos bovinos causada por um protozoário do gênero Babesia (Babesiose) e por rickttesia do gênero Anaplasma (Anaplasmose), transmitida aos animais pelo carrapato dos bovinos, Rhipicephalus (Boophilus) microplus.
A doença está distribuída por todo o Brasil, sendo considerada endêmica na maior parte do território, mas a sua maior ocorrência é na região Centro-sul e maior frequência no Estado do Rio Grande do Sul. O Anaplasma pode ser transmitido também por mosquitos hematófagos.
A TPB é conhecida no Brasil por vários nomes: "Tristezinha", "Pindura", "Mal da ponta", "Amarelão", "Piroplasmose", "Mal triste", dentre outros nomes. 
Animais muito jovens já podem manifestar a doença (12 a 25 dias de vida). Porém, nesta fase a manifestação é mais branda devido à proteção via imunidade passiva (mãe – colostro – amamentação). Assim, a manifestação em animais mais velhos é mais severa, sendo o processo agravado quanto mais fraco o animal estiver.
O nome "Tristeza" representa bem o quadro que se vê quando um bovino está sofrendo de babesiose ou anaplasmose. Estas doenças são causadas por microorganismos que parasitam o interior dos glóbulos vermelhos (hemácias) dos animais, gerando sintomas sérios como forte anemia e apatia.
A doença costuma ocorrer em animais que estão entrando em contato pela primeira vez com os carrapatos. Isto pode acontecer com bezerros em processo de desmama, em seu primeiro contato com as pastagens, em animais que tenham sido mantidos confinados por um longo período de tempo ou mesmo em animais trazidos de regiões onde não existe o carrapato, como em muitos países do exterior.
O quadro começa com uma intensa apatia e prostração. Ao serem examinadas, as mucosas oculares (parte interna das pálpebras do animal) apresentam-se muito brancas ou amareladas, indicando a anemia ou a icterícia que se instala. A febre aparece e normalmente é alta, acima de 40ºC. Os animais ficam com a pelagem áspera e arrepiada. A urina pode apresentar cor de chocolate. Na babesiose por Babesia bovis podem ocorrer sintomas de agressividade e os sinais de pedalar, além de morte em 3 dias.
Os animais que se recuperam desenvolvem resistência à doença, mas podem sofrer recaídas se alguma outra enfermidade provocar debilidade geral ou se forem mantidos longe dos pastos e, consequentemente, dos carrapatos.
O veterinário poderá confirmar a doença nos animais acometidos através de exames de sangue relativamente simples.
Deve ser feito o tratamento específico com drogas que possuam ação direta sobre a Babesia spp, à base de Diaminazina, e o Anaplasma spp com antibióticos à base de oxitetraciclinas. O uso do Imidocarb é indicado para tratamento das infecções mistas por Babesia sp. e Anaplasma sp.
O uso suplementar de tônicos fortificantes, reconstituintes orgânicos a base de minerais, vitaminas e aminoácidos e antitóxicos fazem com que o animal se recupere mais rapidamente. 
Em primeiro lugar, deve-se dar atenção aos animais que estão sob risco de adquirir a doença, como bezerros. Ao primeiro sinal de febre, anemia e prostração deve-se recorrer ao auxílio de um veterinário. 
Um cuidado muito especial deve ser dado a animais que venham de regiões sem carrapatos, como os importados. Se estes forem colocados diretamente no pasto, sem nenhum cuidado prévio, certamente irão desenvolver a doença e, muito provavelmente, morrer.
A principal medida profilática para controle da TPB é a adoção de medidas integradas, com o objetivo de reduzir as infecções nos animais e as infestações nas pastagens e animais, tais como controle do carrapato nos animais e nas propriedades, o monitoramento dos animais doentes e recuperados e o controle dos agentes etiológicos nos animais.
Atualmente muito se pesquisa sobre vacinas contra a tristeza bovina. Trata-se de um desafio para os cientistas, que sabem da gravidade desta doença no campo.  
Produtos Vinculados: Oxitrat-LA, Diminazine, Diazen.

Verminose
Verminose é uma doença causada por várias espécies de parasitas, uns mais patogênicos e outros menos. A verminose causa grandes prejuízos, podendo levar até a 20% de redução da produção leiteira e diminuição do desenvolvimento de animais jovens.
Estima-se que bovinos parasitados com verminose chegam a apresentar perda de peso de até 40 kg por ano, aproximadamente.
Animais infectados com os vermes adultos eliminam ovos destes parasitos com as fezes. Os ovos transformam-se em larvas que contaminam novamente as pastagens.
A gravidade da verminose e a intensidade da infecção por vermes estão diretamente relacionadas com a espécie de verme e o grau de infecção, e este por sua vez, depende de diversos fatores, tais como as condições climáticas, solo, vegetação, tipo de exploração, raça e idade do animal, e o tipo de pastagem e condições dos animais.
Todos os animais criados a campo estão sujeitos à verminose, especialmente os mais jovens. Todavia o diagnóstico visual da verminose é muito difícil, a não ser em estágios mais elevados da doença, em que os animais apresentam emagrecimento, pelos secos e arrepiados, anemia, fraqueza e perda de apetite. Em alguns deles, aparece um aumento de volume sob a mandíbula, chamado no campo de "papeira".
Para a comprovação da verminose, submete-se o rebanho a exames laboratoriais, que devem ser solicitados pelo médico veterinário. Tratamento a base de vermífugos.
O controle dos vermes na propriedade requer medidas de manejo e principalmente a realização de exame de fezes através do OPGF e coprocultura que detectam os graus de infecção no animal e de infestação nas pastagens e os tipos de vermes presentes, para a aplicação correta de vermífugos (anti-helmínticos).
A aplicação deve obedecer ao controle estratégico, que recomenda vermifugar os bovinos no início da estação seca, meio da seca e início das águas para o gado de corte, e uma quarta aplicação no meio da estação chuvosa para o gado de leite.  Este período coincide, em aproximadamente 60% do território nacional, com os meses de maio/julho/setembro.
Produtos Vinculados: Absolut, Aldazol 10 CO, Centurion, Lancer, Lancer LA, Prontal VP, Ranger, Ranger LA, Ranger LA 3,5%, Ranger Premix.

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ECTOPARASITAS

Miíase
Esta enfermidade é caracterizada pela infecção da pele dos animais por uma grande quantidade de larvas da mosca chamada Cochliomyia hominivorax. 
As larvas da mosca da miíase invadem apenas tecidos vivos, ou seja, feridas expostas dos animais e também dos humanos, produzindo graves lesões. Essas lesões que são as miíases primárias são também chamadas de traumáticas, podendo aparecer ainda as secundárias, que são causadas por larvas que se alimentam de tecidos já necrosados.
Ciclo: As fêmeas da mosca Cochliomyia hominivorax depositam seus ovos sobre as feridas e, depois de aproximadamente um dia de incubação, surgem as larvas. Depois de maduras, as larvas caem no solo e passam por transformações até chegar à forma adulta e iniciar um novo ciclo. 
São mais abundantes durante os meses mais quentes do ano, coincidentemente com os maiores períodos de chuvas. Nesse período uma alta população da mosca causadora da miíase encontra-se nos arredores das florestas, locais onde se concentram os bovinos e animais silvestres.
Os prejuízos causados são grandes. Estimasse em U$ 150 milhões de dólares anuais decorrente da baixa produtividade, gastos com tratamentos, danos ao couro e dependendo da localização e extensão das feridas parasitadas, até da morte dos animais.
Sintomas: caracterizam-se por uma ferida aberta com mau cheiro, com sangramentos e presença das larvas no local, ocorrendo necrose dos tecidos e, como consequência posterior, a possibilidade de retardamento do processo cicatricial.
Em lesões mais graves, o animal tem a sua vitalidade reduzida, podendo ocorrer a perda das funções dos tecidos lesionados. Nos ferimentos causados pelas bicheiras ocorrem invasões de microorganismos diversos, levando ao aparecimento de uma infecção purulenta, que piora o caso clínico do animal. Estas são as infecções secundárias causadas por bactérias.
As lesões em que as larvas se encontram não cicatrizam e, com isso, atrairão mais fêmeas adultas da mosca, que depositarão mais ovos, agravando progressivamente o quadro. Em função da rapidez da evolução da doença, bastam apenas poucos dias para que o animal apresente-se severamente afetado. Animais com extensas áreas do corpo tomadas pelas larvas emagrecem muito, ficam apáticos e com febre, podendo inclusive vir a morrer.
Para o tratamento curativo das miíases são utilizados produtos organofosforados na forma líquida, pó, pasta, "spray" ou produtos injetáveis à base de avermectinas .
A forma mais eficiente de se tratar uma bicheira é colocar o produto inseticida na lesão com posterior remoção das larvas mortas. Uma característica da mosca da bicheira é colocar os ovos de dentro para fora da lesão, ficando na forma de camadas (interna, média e superficial), por isso, deve-se fazer a retirada das larvas para que se possa atingir as camadas mais profundas, fazendo com que o medicamento funcione corretamente. A utilização de antibióticos pode ser necessária para o tratamento de infecções secundárias.

Evita-se a enfermidade através do controle estratégico da mosca, ou seja, realizando dois tratamentos por ano. O primeiro no início da estação seca, com produtos à base de piretróides na forma de pulverização, imersão ou "pour on"; o segundo, no início da estação chuvosa, com produtos à base de organofosforados. Para o controle efetivo da mosca da miíase, essas aplicações devem ser regionais, ou seja, realizadas por todos os proprietários da área a ser controlada. Produtos endectocidas (avermectinas) também previnem as bicheiras.
Outras medidas preventivas importantes dentro de uma propriedade são o manejo correto dos animais, das pastagens e das instalações. Ao encontrar um animal com bicheira, este deve ser tratado imediatamente, evitando que se crie uma condição favorável que atraia as moscas. 
Medidas de como evitar ferimentos desnecessários devem ser tomadas e, se acontecer o ferimento, a sua assepsia tem que ser imediata.
O umbigo dos bezerros recém-nascidos deve ser curado imediatamente após o nascimento.
 Métodos eficientes para o combate desse parasita são: Absolut, Ranger, Ranger LA, Ranger 3,5% LA,  Lancer LA, Ectofós, Flytick, Matabicheira Azul, Controller CTO Pour-On, Unguento Vallée e Valléecid Spray. 
Produtos Vinculados: Absolut, Flytick, Lancer, Matabicheira Azul, Ranger, Ranger LA, Ranger LA 3,5%, Unguento Vallée, Valléecid Spray.

Mosca-dos-chifres
A mosca-dos-chifres (Haematobia irritans) atualmente é considerada um dos ectoparasitas mais importantes dos bovinos das Américas, assumindo um grande papel como entrave no desenvolvimento da pecuária brasileira. 
As moscas permanecem no dorso dos animais picando-lhes periodicamente e sugando-lhes o sangue. Isso provoca um grande estresse, ocasionando perdas na produção de carne, leite e menor desenvolvimento dos bezerros.
As moscas permanecem sobre os bovinos 24 horas por dia, e saem apenas quando estão no momento de colocar os seus ovos nas fezes. Quando os animais defecam, as moscas que estão prontas para desovar voam até as fezes frescas e ali depositam seus ovos, retornando em seguida para o mesmo animal. As larvas eclodem e transformam-se em pupas e, depois, em moscas adultas.
O ciclo da mosca no Brasil dura, em média, 30 dias. Na época das chuvas, porém, esse ciclo pode ser reduzido para 7 a 10 dias, pois há condições ideais de temperatura e umidade do ar.
No Brasil, os prejuízos econômicos atuais causados pela mosca-dos-chifres são estimados em US$ 150 milhões de dólares. Estes prejuízos são decorrentes principalmente da diminuição da produtividade (exemplificando, 200 moscas podem induzir uma redução de 10 a 15% no ganho de peso), do gasto com tratamentos, entre outros.
Atribui-se à mosca-dos-chifres, a condição de vetora de várias doenças nos bovinos, como as bacterianas, as rickettsioses (anaplasmose) e a tripanossomose. Acredita-se também que a mosca-dos-chifres seja vetora das larvas da Dermatobia hominis (berne). 
O diagnóstico é feito pela observação da presença da mosca no rebanho. A Haematobia irritans pode ser facilmente reconhecida, pois se encontra em grande quantidade sobre os animais e frequentemente tem sua cabeça voltada para baixo. O comportamento dos animais também é um indicativo da presença da mosca. Ficam inquietos, não se alimentam adequadamente e, consequentemente, ocorre diminuição da produção de carne e leite, irritação da pele no local da picada, anemia e perda de qualidade do couro. 
Para o tratamento dessa infestação podem ser utilizados inseticidas aplicados por pulverização, banhos de aspersão ou imersão (piretróides e organosfosforados) e pour on (piretróides e organofosforados), avermectinas na forma de pour on e brincos mosquicidas. 
Para controlar a presença da mosca-dos-chifres em uma propriedade deve-se realizar o controle estratégico, que recomenda duas aplicações por ano. A primeira, no início da estação seca, com produtos à base de piretróides nas formas de pulverização, banhos de aspersão, imersão ou pour on e/ou brincos na orelha. A segunda, no início da estação chuvosa, com produtos à base organofosforados, nas formas de pulverização, banhos de aspersão ou pour on e/ou brincos na orelha. Qualquer um dos tratamentos podem ser substituídos por endectocidas pour on do grupo das avermectinas.
Durante o período chuvoso, devem ser realizados tratamentos táticos sempre que o número médio de moscas for de 200 por animal. O controle deve ser regional, ou seja, realizado por todos os proprietários da área a ser controlada.
Produtos Vinculados: Neocidol B40, Ectofós, Flytick, Flytick Plus, Controller CTO Pour-On.
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FICHEIRO DE IMAGENS

Berne > http://imgur.com/hE7VvG1
Miíase > http://imgur.com/mDENRUH
Tricomonose > http://imgur.com/PzqebXi
Ciclo da Coccidiose > http://imgur.com/ydF6V5M
Ciclo evolutido da Mosca-do-chifre > http://imgur.com/hlIqx9H
Tristeza Parasitária Bovina > http://imgur.com/2ojxDNy
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BIBLIOGRAFIA
http://www.infoescola.com/doencas/lingua-azul/ às 23h14min, 03/11/2012
http://www.vallee.com.br/produtos/bovinos-de-corte/doencas/ às 23h53min, 03/11/2012